Monotrilho sem rumo

Lá se vão quase duas semanas que a linha 15-prata do Metrô (Vila Prudente-São Mateus) parou de funcionar, prejudicando cerca de 70 mil passageiros por dia. E não há nenhuma previsão de quando a circulação será retomada.

A última confusão no monotrilho começou em 27 de fevereiro, quando um pneu (é, um pneu) se rompeu. Como também havia danos em outros trens, o Metrô faz uma inspeção geral "a fim de garantir o retorno o quanto antes".

Enquanto isso não acontece, ônibus emergenciais improvisam o serviço. São, contudo, insuficientes, conforme mostrou o Agora. Há longas filas, e o tempo para chegar ao trabalho chega a dobrar.

Nos sucessivos governos tucanos, a linha 15-prata sempre esteve cercada de lambanças. A começar pelo atraso: o trecho atual, da Vila Prudente até São Mateus, na zona leste, deveria ter sido entregue ainda para a Copa de 2014, mas só foi liberado em dezembro último.

O projeto inicial previa chegar até Cidade Tiradentes, mas o prolongamento, com mais seis estações, está engavetado.

Diante do histórico de falhas, pode até ser uma decisão sensata. Afinal, já houve muro que desabou em área de pedestres, equipamento pendurado a 15 metros do solo, pedaços de peças que caíram lá de cima e até choque de trens.

Nada disso, porém, parece superar um problema conceitual. É praticamente consenso entre especialistas que o modelo ideal para a região seria o metrô tradicional. Como no monotrilho os vagões são menores, o sistema não dá conta, ainda mais em região tão populosa.

Se não há muito o que fazer agora que a obra está pronta, a população espera, ao menos, que a linha de fato volte a funcionar o quanto antes. Ainda que lotada.

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