Escândalos tucanos

Não dá para negar que as boas rodovias de São Paulo são um dos acertos dos sucessivos governos do PSDB no estado. Nos últimos anos, porém, esse legado vem sendo manchado por uma série de escândalos de corrupção.

O caso mais escabroso ocorreu nas obras do Rodoanel. Em 2019, Paulo Vieira de Souza, ex-diretor da Dersa (empresa viária do estado), foi condenado por ilegalidades em obras do trecho sul. Já no setor norte, investigações da Lava Jato apontaram desvios de R$ 625 milhões.

Agora, as suspeitas recaem sobre o sistema Anchieta-Imigrantes. Em acordo assinado com o Ministério Público, a Ecovias, empresa que administra o complexo, afirmou que todos os 12 contratos de concessão rodoviária firmados com o governo paulista a partir de 1998 foram fraudados por meio de um cartel.

Segundo a concessionária, o grupo, formado por outras 11 empresas, pagou propina a agentes públicos e abasteceu o caixa dois de campanhas políticas até 2015, período em que estiveram no comando do estado os tucanos Mário Covas, José Serra e Geraldo Alckmin.

A Ecovias e as demais empresas teriam formado consórcios para disputar as licitações com o objetivo de simular uma competição, já que nem todas possuíam reais condições de assumir as rodovias envolvidas nas concorrências.

Como parte do acordo, a concessionária comprometeu-se a pagar R$ 650 milhões ao estado de São Paulo.

Os detalhes da ação, sigilosa, ainda são desconhecidos. Não há dúvida, porém, de que o acúmulo de escândalos envolvendo os governos tucanos --e que também atingem o Metrô-- vão demolindo a imagem de eficiência e zelo na gestão que o PSDB se esforçou para construir.

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