Anunciada na sexta (7), a decisão do governo do estado de São Paulo a respeito do retorno às aulas pareceu uma tentativa de atender, numa questão para a qual não há respostas fáceis, a diferentes interesses e preocupações.
A gestão João Doria (PSDB) adiou de setembro para outubro a volta oficial das atividades escolares, mas também permitiu que estabelecimentos em áreas de epidemia sob controle possam reabrir de forma opcional já no mês que vem.
Agiu, em primeiro lugar, com prudência, visto que o estado não cumpriu os critérios sanitários exigidos. Além disso, um percentual expressivo da população ainda demonstra receio com o retorno das atividades em sala de aula.
No caso da capital, uma pesquisa da Secretaria de Educação mostrou que 80% dos pais da rede pública são contrários à medida neste momento.
Por outro lado, a norma estadual busca contemplar necessidades de estudantes e também de pais que voltaram a trabalhar presencialmente e não têm com quem deixar os filhos.
Nas regiões que estiverem na classificação amarela por no mínimo 28 dias, as escolas poderão reabrir a partir de 8 de setembro para atividades de reforço pedagógico e acolhimento de alunos, respeitando o limite de 35% dos estudantes até o 5º ano, e de 20% do 6º ao 9º.
O movimento é bem-vindo. Além dos prejuízos para a aprendizagem e a convivência social, um período prolongado fora das salas de aula pode provocar até danos à saúde mental.
No fim das contas, a decisão do governo é uma espécie de teste, com o objetivo de avaliar tanto o impacto sanitário da abertura parcial das escolas como a aceitação popular da medida.
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