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Caneladas do Vitão: Amada tricolor paulista

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São Paulo

Maria carrega a dor em Dolores, complemento do nome duplo. Praga que repassou a Vitor Mauricio, filho mais velho que, 42 anos passados, ainda não a perdoou por isso, e também ao caçula Marcos Paulo, os dois meninos separados pela doce amargura da filha Marília, mãe dos seus netos Frederico, Teodoro e Olívia, primos de Basílio.

Claudio Oliveira

Dentre as muitas manias, Maria Dolores não tem, nem nunca teve, a mania de ter fé na vida. “Hay gobierno? Soy contra!” é a máxima da difícil personalidade que ganhou vida com anos, cresceu, reproduziu-se e faz parte da multifacetada personagem. Paradoxo encarnado, escolheu o time da fé para torcer. Nada mais do contra para quem é filha de pai espanhol corinthiano e de mãe palmeirense, filha de italiano. Nunca foi agnóstica, mas, católica não praticante, é discípula fanática de são Tomé. Ver para crer e, de preferência, checar e rever, é a sua lógica. Se o futebol imita a vida, ao menos, em analogia, ela é a juíza que até do VAR desconfia. Imagem, definitivamente, não é tudo. Sempre. Dolores é essência. Tempos difíceis. Não é governo, mas a saúde e a economia são problemas complicados. Como o oscilante humor do primogênito e seus rompantes irascíveis. Que faz questão absoluta de registrar e repetir que não carrega a culpa pelo governo eleito. Completamente diferente um dos outros, exceção feita ao unânime amor pelo time do povo, os três filhos e, agora, os quatro netos são os seus amores. E não é pouco. Somados aos sobrinhos. Todos, como o marido Viriato Olímpio, corinthianos. A tricolor nunca quis, nem sequer tentou, impor o vermelho ao mar alvinegro que a cerca. Tampouco, muito menos, quis aderir à paixão branca e preta da maioria. Ao contrário, antes mesmo de vibrar pelo São Paulo, torcer contra os “maloqueiros” vem primeiro. Desde o passado, no operário Brás, em que se divertia com a agonia do pai Pepe durante os 23 anos de fila. Os anos passaram. No cíclico mundo da bola, o sofrimento, ainda que em menor grau, mudou de lado. Soberania internacional outrora, inconteste freguesia agora. Gozação, onda, marola. A história é reescrita a toda hora. Amanhã é um novo capítulo. De um amor infinito. Mãe é mãe!

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