O leitor considera seu clube grande?
Façamos, então, um pequeno experimento.
Imagine que seu time esteja, digamos, há uns três anos sem ganhar qualquer título. Para melhorar a situação, chega um treinador renomado.
O novo comandante faz exigências exóticas, mas é atendido, afinal deve saber o que está fazendo. Por algum motivo, no entanto, o meia de R$ 26 milhões e o centroavante de R$ 5 milhões indicados por ele são raramente utilizados.
Tudo bem, sem problema. O futebol apresentado é lindo! Tão lindo que a eliminação diante do maior rival no campeonato estadual é tratada como uma vitória. Se o placar acabou sendo desfavorável, a posse de bola foi emocionante.
Na competição continental de segundo escalão, a eliminação não é em um duelo com um tradicional adversário. É contra uma equipe minúscula do Uruguai, algo que naturalmente faz parte do processo. Normal.
Na copa nacional, apesar de um pequeno susto, seu time sobrevive aos minúsculos, mas cai no embate com o primeiro oponente de nível razoável. Mais uma vez, sem traumas. Agora, há mais tranquilidade para se dedicar ao principal objetivo da temporada, a briga pelo campeonato nacional.
É verdade que, a esta altura, já está registrada na campanha uma derrota por 4 a 0 para um grande rival. Mas você já aprendeu com duas goleadas sofridas contra equipes pequenas no estadual que perder de monte não é motivo para revolta.
Incomoda, você deve admitir, porém também não vá criar caso só porque o seu ídolo, goleiro de alto nível, agora é reserva de um arqueiro fraco, escalado por ter menos dificuldade no trabalho com os pés. As mãos, está claro, são detalhe, ferramentas totalmente obsoletas para um guarda-metas moderno.
Tudo bem, tudo bem, o título nacional não vem, mas vida longa ao treinador! Ele é gênio! Que privilégio vê-lo dirigir seu time, certo?
Não?
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