E agora, José? A festa acabou, a luz apagou, o povo sumiu, a noite esfriou, e agora, José? e agora, você? você que é sem nome, que zomba dos outros, você que faz versos, que ama, protesta? e agora, José?
Logo que soube da contratação de Fernando Diniz como o novo técnico do São Paulo, a primeira coisa que me veio à cabeça foi o magistral poema de Carlos Drummond de Andrade, cujo trecho reproduzo acima. E por quê? Porque chegou a vez de Diniz. Agora é com ele.
Desde o contundente 7 a 1 sofrido pelo Brasil na Copa de 2014, a profissão de técnico brasileiro ficou na berlinda. Não somente o vergonhoso placar assustou a comunidade da bola. Mas o desempenho patético do time, comandado justamente por um ex-campeão mundial, colocou em xeque o trabalho dos treinadores do país. A completa ausência de opções táticas do time de Felipão, como já havia sido também nas Copas anteriores, com Dunga (2010) e Parreira (2006), lançou luz ao pífio trabalho dos treineiros brasucas.
Houve, é verdade, uma caça às bruxas, que em nada elevou a discussão em torno do problema. Ensaiou-se neste caldeirão uma nova geração, que, de novo, apenas teve o discurso, mas que não trouxe a magia desejada aos gramados.
De prático, a CBF criou uma escolinha, que agora credencia técnicos. Mas o que vemos de prático são dezenas de times jogando da mesma maneira: o famoso futebol reativo.
Repetidamente tem se falado de Diniz como uma nova via a este futebol. Depois de passar por experiências que não tiveram meio, começo e fim, ele chega a um São Paulo com grande e estrelado elenco. É sua chance. E agora, Diniz?
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