Dane-se que o país tem um histórico de violações dos direitos humanos, que as mulheres são proibidas de frequentar os estádios e que a maioria dos torcedores dos clubes envolvidos na decisão, vão ver de longe as suas equipes brigarem pelo título. Depois da Itália, que em dezembro viu a Lazio ser campeã em cima da Juventus, chegou a vez da Espanha decidir a sua Supercopa, com sede na Arábia Saudita.

Vou me ater ao caso espanhol, que inovou também no formato do torneio. Com receio de virar uma mesmice, no caso um encontro entre Barcelona e Real Madrid, a Federação Espanhola, que no ano passado levou o torneio para o Marrocos, resolveu fazer esta edição com semifinais. Real Madrid enfrenta nesta quarta-feira (8) o Valencia. Na quinta-feira (9), o Barcelona encara o Atlético de Madrid. A final vai ser no domingo (12).

Se fosse seguido o modelo tradicional, o duelo que marca o início da temporada deveria ter acontecido em agosto do ano passado. O Valencia, ganhador da Copa do Rei, faria o primeiro jogo como mandante. A final aconteceria na casa do Barcelona, que faturou o título da Liga Espanhola.

Só que o dinheiro falou mais alto. Com esses dois jogos, os clubes iriam faturar cada um, segundo a previsão do diário Marca, cerca de três milhões de euros (cerca de R$ 13,6 milhões). Uma ninharia se comparado aos valores desembolsados pelo país saudita. Os dois clubes finalistas vão embolsar 12 milhões de euros (R$ 54,6 milhões) cada um.

Os perdedores levam para a Espanha 9 milhões (R$ 40,9 milhões) de euros cada um. Esse é o investimento para bancar os clubes. Na negociação, a Federação Espanhola ficou com 15 milhões (R$ 68,2 milhões).

 Convenhamos, por mais que a maioria dos torcedores dos quatro clubes estejam descontentes, não dá para falar não para tanto dinheiro. É torcer então para um espetáculo, mas como os jogadores voltaram do descanso de fim de ano no último final de semana é pouco provável que teremos fortes emoções.