Acostumado a figurar nas decisões do Campeonato Paulista na última década, o Santos inicia a temporada buscando manter sua hegemonia na competição.
Nos últimos dez anos, a equipe da Baixada, que levantou o troféu em cinco oportunidades (2010, 2011, 2012, 2015 e 2016), além dos vices em 2013 e 2014, conquistou o Estadual mais do que o Palmeiras (2008), Ituano (2014) e Corinthians (2013, 2017, 2018 e 2019).
Mas, para manter a tradição, a equipe alvinegra terá que superar uma barreira importante: o desmanche do sistema defensivo.
Titular e capitão em 2019, Gustavo Henrique optou por não renovar o contrato e rumou ao Flamengo. O lateral esquerdo Jorge não teve seu direito de compra exercido pelo Peixe e retornou ao Monaco (FRA). Já o lateral direito Victor Ferraz foi envolvido em uma troca com Madson, do Grêmio, e deixou o clube.
Outro titular da zaga, Lucas Veríssimo, ainda pode sair para o futebol europeu, caso receba proposta.
Recém-contratado para o lugar de Jorge Sampaoli, o português Jesualdo Ferreira poderá contar com Pará, que terminou a temporada como dono da lateral direita, além do jovem Felipe Jonatan para a esquerda. Na zaga, restaram Luiz Felipe, Luan Peres, Felipe Aguilar e, talvez, Veríssimo.
Com apenas 54 gols sofridos em 61 jogos disputados na temporada passada, o sistema defensivo santista terminou com o saldo positivo. Ferreira terá a missão de reconstruir o setor e manter a boa atuação.
“O treinador bom é o que é capaz de chegar em um clube e se adaptar, transformar tudo o que tem ali”, enfatizou o comandante em sua apresentação.
Se na defesa o técnico pode lamentar as baixas, o ataque segue intacto e ainda conta com reforços. O envolvente setor que anotou 96 tentos sob o comando de Jorge Sampaoli seguirá contando com os habilidosos pontas Soteldo e Marinho, além de Eduardo Sasha, artilheiro do Brasileirão pelo clube, com 14 gols.
Raniel, ex-São Paulo, também chega para brigar por posição e o colombiano Fernando Uribe ganhará mais uma oportunidade. Meninos da Vila como Tailson e Kaio Jorge também devem ter chances.
Ponte Preta
Macaca tenta surpreender e repetir campanha de 2017
O início de 2017 para a Ponte Preta foi mágico e o título do Paulistão escapou por pouco. Depois de eliminar o Santos, nas quartas, e o Palmeiras, nas semifinais, o clube não foi páreo ao Corinthians na decisão.
Mesmo passados três anos e com um elenco bastante modificado, o mesmo comandante daquela final está de volta e espera realizar novamente uma grande competição.
“É claro que eu estou diferente porque nós estamos iniciando e montado um trabalho. Nós oxigenamos muito o grupo. Eu tenho confiança que a Ponte Preta vai estar muito mais consolidada neste ano. Vai ter um padrão, um modelo de jogo que nós vamos estipular”, disse Gilson Kleina.
Depois de uma temporada irregular na Série B do Campeonato Brasileiro, a equipe contratou nomes conhecidos como lateral direito Apodi e o zagueiro Cleber Reis (ex-Santos) e liberou lideranças nos últimos anos como os zagueiros Renan Fonseca e Reginaldo.
“Estamos buscando uma característica diferente do ano passado. Queremos ter uma equipe mais agressiva”, comentou o comandante.
“A Ponte tem uma camisa pesada e de tradição. Nós vamos fazer de tudo pela classificação, em um primeiro momento, e vamos tentar repetir a boa campanha de quando chegamos à final. Precisamos acreditar sempre nisso.”
Oeste
Sem artilheiro, Rubrão aposta nos garotos
Depois de perder para o futebol japonês seu destaque na Série B do Brasileiro, Fábio, autor de 15 gols, o Oeste se reforçou com jovens pouco utilizados nos grandes clubes para tentar chegar entre os finalistas.
Nomes como os do goleiro Caíque França, dos meias Rael Fabrício Oya e do atacante Matheus Matias, todos emprestados pelo Corinthians, o do atacante João Paulo, revelado pelo São Paulo, unem-se a atletas experientes como Mazinho, o “Messi Black”, e Renan Fonseca (ex-Ponte) em busca do sucesso em Barueri.
“A expectativa para o Paulistão é a melhor possível. É um torneio muito competitivo, com grandes equipes e que nunca vamos nos deparar com um jogo fácil”, comentou o técnico Renan Freitas, 35 anos, que quase deixou o São Paulo fora do mata-mata em 2019.
“Pelos erros e acertos, acredito que estou mais preparado [em 2020]. Vamos fazer um campeonato equilibrado, com bom rendimento, e o possível para brigar na parte de cima da tabela, conseguindo a classificação para a fase de mata-mata”, completou.
Água Santa
Marcos Assunção monta o Netuno do zero
Terceira colocada na Série A-2 do ano passado, a equipe de Diadema herdou a vaga do Red Bull Brasil na elite, já que a empresa também administra o Bragantino e não pode ter dois clubes na mesma divisão.
Para não fazer feio em sua segunda participação no Paulistão —a outra foi em 2016—, o Água Santa apostou no ex-jogador Marcos Assunção, que estreia como cartola —é o executivo de futebol responsável pela formação da equipe.
“Falei muito com o treinador [Fernando Marchiori] porque não adianta contratar e ele não estar de acordo. Tive a felicidade de contratar mais de 20 jogadores e vai ser muito satisfatório ver o crescimento do clube ao longo da competição”, afirmou Marcos Assunção.
“Eu me preparei muito, estudo desde que parei de jogar e espero que seja um trabalho vencedor, assim como foi toda a minha carreira como jogador.”
O lateral Fabrício, que defendeu Inter, Cruzeiro e Palmeiras, o volante João Vitor, ex-Verdão, e o versátil Velicka, vice-campeão paulista pelo Audax, são alguns dos reforços do clube.
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