Polegar opositor cínico para dar um joinha à grana e fanatismo ao dinheiro são características animalescas que diferenciam a desumanidade irracional dos seres humanos em relação aos outros animais.
Nenhum cachorro, seja poodle ou vira-lata, fura por iniciativa própria a fila da vacina antirrábica. Privilégios, eventuais, são cachorradas, armações dos respectivos donos. Pessoas, perdão, que não merecem ser comparadas a cachorros. No máximo, à Tarantino, são cães de aluguel. Gente animalizada que não ladra, rouba e, para livrar o próprio rabo da reta, mata. E lucra.
Bovinos e bubalinos recebem imunização contra a febre aftosa no seu tempo e, sem possuírem telencéfalos altamente desenvolvidos para inventar sandices, não questionam se o imunizante é chinês, brasileiro, indiano ou inglês, talkey.
Seres humanos com corações corrompidos e bolsos altamente desenvolvidos são diferentes dos demais animais e farejam a primeira chance para furarem a fila da vacina da Covid. E, provando ser uma falácia a tal da racionalidade humana, dão o golpe inclusive "seres humanos" que minimizam a doença e apoiam o desgoverno genocida que a trata por "gripezinha" e preferiu gastar dinheiro com cloroquina do que comprar vacina...
Egoísmo é dose! E não resolve. Sempre há necessidade da segunda, terceira, quarta, quinta doses! Todas as doses que reforçam o vírus do capitalismo selvagem. O pensamento desumano do gado humano é cristalino: para que investir em educação, saúde e segurança pública se quem banca e é bancado pelo governo paga escola, plano de saúde e mora em condomínio fechado? Por que não autorizar que empresas comprem vacinas para os seus e que se lixem os outros da fila?
O futebol imita a vida. A mesma canalhice travestida de "meritocracia". Se o Real Madrid e o Barcelona têm o mérito de cativarem milhões de torcedores e bilhões do JP Morgan, que o Alavés e o Osasuna morram no final da fila da esmola. Se Juventus, Inter e Milan vão ganhar, que quem tem boca esperneie pela Roma para não passar a boiada.
Absurdo? Não mais nem menos que a Copa União dos grandões brasileiros fez em 1987 com Guarani, América, Bangu e Portuguesa... Morte, lenta e progressiva, dos clubes médios e pequenos que segue em curso com a eutanásia gradual dos estaduais. Aqui, pode?
Jean-Paul Sartre: "O inferno são os outros".
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.