Descrição de chapéu Opinião

Caneladas do Vitão: Lucros sobre os escombros da memória e história do Tobogã

A demolição no Pacaembu é um marco de desrespeito à história paulistana, paulista e brasileira

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São Paulo

Foi sem querer que derramei toda emoção, undererê... Alô, povão, agora é fé! A triste demolição do Tobogã no Pacaembu é mais um marco de desrespeito à história paulistana, paulista e brasileira. É o privatista Tucanistão acelerando em sua incessante e mesquinha busca pelo lucro de alguns, soterrando sob os escombros a memória e a história de todos nós.

Em 1977, quando nasci, já não existia a Concha Acústica. E seja como torcedor ou jornalista, pai ou filho, marido, irmão ou amigo, não tenho ideia de quantos 818 mil jogos vi no Pacaembu querido tanto pelos paulistas quanto pelos forasteiros.

Início das obras da concessão do estádio Paulo Machado de Carvalho, no Pacaembu, com a demolição do Tobogã
Início das obras da concessão do estádio Paulo Machado de Carvalho, no Pacaembu, com a demolição do Tobogã - Rubens Cavallari/Folhapress

Como o meu time quase sempre era mandante (não revelo que sou corinthiano porque morro de medo dos idiotas intolerantes), minha preferência era, depois de um pernil e alguns quebra-gelos, entrar pelo portão principal: vi só um pouco mais de uma dezena no Tobogã.

Mas foi no Pacaembu, com o Tobogã tomado por iguais ou rivais, que fui levado pelo meu pai pela primeira vez e levei meu filho pela primeira vez, foi no estádio que vi o meu primeiro Dérbi (3 a 0, com show de Marcos Roberto e Everton, em 1987), a primeira derrota e, já na tribuna de imprensa, trabalhei ao lado do meu irmão no cala-boca libertário de 4 de julho de 2012.

A destruição do Tobogã também simboliza a queda do espaço historicamente destinado ao visitante em clássicos!

O Tobogã é um símbolo. Não só do Pacaembu, mas também de como o pior cego é quem só enxerga o lucro. Farão o mesmo com o Ibirapuera, com Interlagos, com o Anhembi? Quem dá mais? Vendilhões malditos! Essa culpa eu também não carrego!

Inglaterra 2 x 0 Alemanha, em Wembley, merecia uma análise detalhada, mas, com todo o respeito à queda do tabu que vinha desde a final da Copa de 1966, a queda, lamentável do dia, foi a do Tobogã do ex-meu, do ex-seu, do ex-nosso Pacaembu!

Eduardo Galeano: "Na luta do bem contra o mal, é sempre o povo que morre".

Eu sou o Vitor Guedes e tenho um nome a zelar! E zelar, claro, vem de ZL! É tudo nosso! É nóis na banca! No agora.com.br! E no youtube.com/blogdovitao!

Viva o SUS!
No dia em que a política genocida atingiu 516.119 MORTES da gripezinha no país sede da Copa América, recebi a 1ª dose da vacina (a melhor de todas as vacinas: a que tinha no posto do meu bairro). Outros morreram sem essa chance porque Bolsonaro abriu mão de milhões de vacinas para apostar na cloroquina! Viva a memória!

Brasileiro
74% dos 163 leitores que votaram na enquete no Twitter @vitao_guedes foram de Timão, 16% no empate e 10% apostam que o Tricolor acaba com o tabu. Palpites: Corinthians 1 x 0 São Paulo, Santos 2 x 0 Sport, Inter 1 x 1 Palmeiras, Fortaleza 2 x 0 Chape, Flu 1 x 1 Athletico-PR, Bahia 1 x 0 América e Juventude 1 x 1 Grêmio.

Vitor Guedes
Vitor Guedes

44 anos, é ZL, jornalista formado e pós-graduado pela Universidade Metodista de São Paulo, comentarista esportivo, equilibrado e pai do Basílio.

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