Multifacetado, ecumênico, miscigenado e gigante pela própria natureza, o Brasil minoritário, sectário, preconceituoso, fundamentalista, tosco e impotente fraquejou publicamente e marcou o gol contra definitivo em 7 de setembro!
Em uma República em que "príncipe" com sobrenome "Orleans e Bragança" se elege deputado com o discurso de sucessor do trono (iniciativa "privada"?), o feriado da independência sinalizou com clareza a divisão entre o time da maioria civilizada e o catadão que não pode ver uma vergonha que quer passar.
A data, emblemática, caiu como uma luva para lunáticos pedirem a interferência do executivo no legislativo e que as Forças Armadas exerçam o inexistente papel moderador.
A turma que demoniza o vermelho-bombeiro deu mole. E fracassou. Como era óbvio. A estratégia de colocar brochas na linha de frente como nas abjetas manifestações antidemocráticas só funcionaria se fossem brochas literais, pincéis de cerdas grossas capazes de limparem o país dessa mentalidade golpista e reacionária.
Não foi o que fez o elenco pago para fazer o constrangedor papel de figurinista do pastiche de Cocoon. Ao contrário, a excursão dos tiozões do Zap foi uma tremenda "bola nas costas"! O auge do dantesco foi o time uniformizado com a camisa da seleção brasileira "contra a corrupção" e "sem bandido de estimação" tietar e tirar selfie com o rei da rachadinha Fabricio Queiroz, também trajado com a amarelinha, na nonsense "caducociata" de Copacabana.
Como o futebol imita a vida, o equilíbrio no Rio-São Paulo dos horrores estereotipados se manteve. Se a rachadinha deu o tom dos extrovertidos cariocas, na Paulista, grande símbolo do capital e pau para toda obra, o ego dos brochas conservadores foi inflado com uma exótica e gigante piroca verde-amarela. A piroca deles jamais será vermelha, talkey!
Objeto fálico na Paulista, ode à rachadinha no Rio, manifestantes (em 5% do número previsto pelos próprios) vestidos de amarelo em Brasília. "Brasília Amarela", boa, era a dos Mamonas Assassinas. Se bem que a saudosa banda, que brincava com cornos e criticava a homofobia com humor, não seria hoje aceita por essa turma acéfala.
Nelson Rodrigues: "E ninguém observou o óbvio: que a burrice influi mais no comportamento humano do que o fator sexual ou econômico ou outro qualquer". Precisa desenhar?
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