Um total de 10.076.172 famílias brasileiras estava endividada no mês de março, segundo pesquisa da CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo) divulgada nesta quinta-feira (4). O número equivale a 62,4% dos entrevistados.
O estudo mostra um aumento de 0,9% no número de famílias endividadas em relação a fevereiro, que registrou 9.926.568 famílias nesta condição (61,5%). Também há alta de 1,2% se comparado a março do ano passado, quando o indicador alcançou 61,2% (9.797.186 famílias).
Na comparação mensal, é a terceira alta consecutiva e o maior patamar desde setembro de 2015, quando
9.241.099 famílias estavam endividadas (63,5%).
Para a economista responsável pela pesquisa Marianne Hanson, os gastos extras de início de ano colaboram para o endividamento. “Há demanda maior por empréstimos e financiamentos. É preciso planejar estas operações dentro do orçamento familiar, com prazo e crédito mais adequados. Geralmente, as pessoas contratam estas operações pensando apenas no mês de pagamento da primeira parcela, sem olhar para o futuro”, alerta.
O estudo também mediu o número de famílias com dívidas ou contas em atraso. O percentual aumentou ante fevereiro, passando de 23,1% (3.678.767 famílias) para 23,4% (3.735.156).
Por outro lado, diminuiu o total de famílias inadimplentes na comparação com março de 2018, de 25,2% (3.954.924 famílias) para 23,4% (3.735.156) .
Já as famílias que declararam não ter condições de pagar suas contas ou dívidas em atraso e que, portanto, permaneceriam inadimplentes, aumentaram de 9,2% (1.526.736), em fevereiro, para 9,4% (1.550.872), em março deste ano.
Em março de 2018, o índice havia alcançado 10% (1.621.735). “A perda do emprego dificulta o cenário”, afirma ela.
Cartão é vilão
O cartão de crédito foi apontado como o principal vilão por 78% das famílias endividadas, seguido por
carnês, para 14,4%, e, em terceiro, por financiamento de carro, para 10%.
A pesquisa ouve mensalmente 18 mil famílias nos dez primeiros dias úteis.
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