Funcionalismo: governo de SP dará reajuste para 286 mil servidores da segurança

Aumento salarial valerá para as polícias Militar, Civil e Técnico-científica, além da Secretaria da Administração Penitenciária

São Paulo

O governador João Doria (PSDB) anuncia nesta quarta-feira (30) reajuste salarial para os servidores da área da segurança pública do estado de São Paulo.

O reajuste salarial será de 5% no salário-base de policiais do estado de São Paulo e demais profissionais da área de segurança.  O aumento vai passar a valer a partir de 1º de janeiro de 2020. O governo enviará projeto de lei à Assembleia Legislativa.

A medida irá beneficiar 286 mil funcionários públicos ativos e inativos, incluindo pensionistas, das polícias Militar, Civil e Técnico-científica e da Secretaria de Estado da Administração Penitenciária. 

A liberação do reajuste ocorre após o governador se indispor com a categoria, ao chamar de vagabundos policiais aposentados que apoiam Bolsonaro e se manifestaram contra o governador no último dia 15. 

O governo também anunciou que a bonificação por resultados, que será bimestral, será ampliada para profissionais da inteligência, apoio e bombeiros.

Em agosto, Doria anunciou a deputados da Assembleia Legislativa de SP que daria aumento salarial para a segurança pública em quatro etapas, nos anos de 2019, 2020, 2021 e 2022.

Defasagem

Segundo João Batista Rebouças da Silva Neto, presidente do Sipesp (Sindicato dos Investigadores de Polícia do Estado de São Paulo), a defasagem salarial dos policiais civis está em torno de R$ 3.800.

João Doria (PSDB), governador de São Paulo, o presidente Jair Bolsonaro (PSL), e o ministro do meio ambiente Ricardo Salles durante a solenidade de encerramento do Curso Superior de Tecnólogo de Polícia Ostensiva e Preservação da Ordem Pública da PM, em São Paulo, em 11 de outubro - Governo do Estado de São Paulo

Hoje, o salário-base de entrada na Polícia Civil é de R$ 2.200 para investigador, diz ele, profissão que exige curso superior. Os trabalhadores têm direito ao RETP (Regime Especial de Trabalho Policial) mais o adicional de insalubridade, somando cerca de R$ 4.600 de salário inicial. 

"Estamos há seis anos sem reajuste, temos nível superior e ganhamos menos do que um profissional que ingressa no Detran, que faz apenas trabalho burocrático, e tem salário inicial de R$ 6.800, segundo o último concurso", afirma.

Sobre o reajuste a ser anunciado nesta quarta, Rebouças diz que o governador está atrasado em dez meses, pois, na campanha, havia indicado que daria aumento assim que assumisse o cargo.

O sindicalista também criticou a declaração de Doria sobre os policiais aposentados. "Sentimos muito por termos sido chamados de vagabundos. Nós, nossos filhos e familiares ficamos chateados. Muitos deram a vida pela profissão, há os que estão em depressão ou que os que ficaram inválidos, em uma cadeira de rodas. Somos sobreviventes", afirma ele.

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