A Caixa Econômica Federal vai modificar o pagamento da segunda parcela do auxílio emergencial de R$ 600. A informação é do presidente do banco estatal, Pedro Guimarães, e foi dada na tarde desta quarta-feira (6), em entrevista sobre as filas nas agências nesta semana.
Guimarães não informou uma data exata para as novas liberações, mas adiantou que o pagamento deverá ser mais espaçado entre os dias, seguindo a data de nascimento dos beneficiários, como já ocorre atualmente.
"No segundo pagamento, poderemos pagar de uma maneira diferente. Estamos debatendo com o Ministério da Cidadania. A maioria terá essa organização com data espaçadas. Não faremos pagar janeiro e fevereiro, março e abril", disse ele.
Na primeira parcela, a liberação da grana foi feita conforme o mês do aniversário. Por dia, a Caixa pagava valores aos nascidos em dois meses consecutivos. Nesta terça-feira (5), por exemplo, ocorreu a liberação dos valores aos nascidos em novembro e dezembro.
Segundo Guimarães, o pagamento da primeira parcela não teve o mesmo planejamento que buscam fazer com a segunda porque a liberação dos valores aos informais foi feita conforme a Dataprev conseguiu terminar a análise dos inscritos.
"Em 20 dias, 50 milhões de brasileiros receberam, desde a montagem do aplicativo, análise do aplicativo e o pagamento efetivo", disse ele.
A inscrição para receber o auxílio emergencial de R$ 600 começou em 7 de abril. Inscrevem-se pelo app Caixa | Auxílio Emergencial ou pelo site auxilio.caixa.gov.br os informais sem registro no governo, os contribuintes individuais do INSS e os MEIs (microempreendedores individuais).
Beneficiários do Bolsa Família e inscritos no CadÚnico que se encaixam nas regras também têm direito aos valores. No caso do Bolsa Família, as famílias recebem a grana conforme o calendário habitual do programa.
Até agora, o pagamento foi liberado para 50 milhões de brasileiros do grupo dos informais. Do total de inscritos, que chega a quase 100 milhões, 26 milhões não têm direito de receber e 12 milhões têm inconsistências no cadastro. Eles passarão por reanálise e, se for o caso, terão o dinheiro liberado.
Filas, aglomerações e possibilidade de contaminação
Guimarães falou sobre as longas filas que têm se formado em agências da Caixa para o pagamento dos valores. Nesta semana, beneficiários chegaram a passar a madrugada em frente a agências na periferia da capital paulista para receber a grana. A maioria não respeita a recomendação de distância mínima e fica aglomerada, com medo de perder a vez e correndo o risco de se contaminar com o coronavírus.
Na tentativa de mostrar controle da situação, o presidente da Caixa exibiu fotos de várias cidades em que, anteriormente, as filas eram longas e, nesta quarta (6), foram zeradas ao menos até as 11h.
Segundo ele, a mudança foi possível com parcerias com as prefeituras. "Como eu falei são um pouco mais de 500 parcerias. Quero agradecer", afirmou.
Ele reforçou que, agora, a tendência é que haja diminuição da procura e, consequentemente, das filas, pois entre segunda (4) e terça (5) foram feitos mais de um milhão de pagamentos. Nesta quarta, o volume deverá ser de 700 mil liberações.
Para tentar agilizar os pagamentos, o banco voltará a abrir no sábado (9), com atendimento em mais de 2.000 agências pelo país, como já ocorreu no último sábado (2). Em geral, o atendimento é das 8h às 14h.
Dataprev analisa 6 milhões de inscrições
A Dataprev (empresa de tecnologia do governo federal) ainda tem um lote de 6 milhões de inscritos em análise. Segundo Guimarães, assim que a empresa de tecnologia liberar esta análise, a Caixa fará o pagamento dos valores a quem tem direito em até dois dias úteis.
O presidente da Caixa lembrou ainda que o trabalhador com direito ao benefício poderá se inscrever até o final do prazo, que é 2 de julho, e receberá os valores retroativos.
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