O metalúrgico Eudes Cavalcanti, 56 anos, aguarda a aposentadoria por invalidez do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) desde maio de 2018.
Ele explica que recebeu auxílio-doença por sete anos, após passar por cirurgia na coluna em 2011.
“Tenho prótese na coluna e estou aguardando vaga para nova cirurgia. Também tenho artrose nos dois joelhos, e já operei um deles.”
Eudes conta que teve o auxílio-doença suspenso no final de 2017 porque o INSS o encaminhou para reabilitação profissional. O problema, diz, é que, além de não conseguir recolocação, também ficou sem renda após o benefício ser cortado.
“Fiz esse curso para aprender uma profissão nova. No meu caso, foi recursos humanos. Só que agora consta que estou apto ao trabalho, não tenho mais direito ao auxílio. Sou mecânico, como vou trabalhar de RH? Quem vai querer um velho semianalfabeto?”
Eudes diz que tem 33 anos de contribuição. Tem direito à aposentadoria por invalidez o segurado que comprove a incapacidade para o trabalho e que tenha cumprido a carência de 12 meses de contribuições (algumas doenças permitem a isenção desse tempo mínimo).
O ex-mecânico diz que precisa da ajuda da esposa e da filha para pagar as contas e que está recebendo o auxílio emergencial de R$ 600 do governo federal.
“Deu para ajudar um pouco. Não trabalho e não consigo ficar muito tempo em pé, nem sentado. Sinto muitas dores no joelho e na coluna. Só quero a minha aposentadoria por invalidez, que já tenho direito”, diz.
INSS analisa recurso
O INSS diz que o auxílio-doença foi indeferido em 29 de maio porque a perícia concluiu que os documentos enviados não estão de acordo com a legislação previdenciária.
“Ele recorreu em 31 de maio e seu recurso será analisado. O segurado solicitou novo auxílio-doença em 29 de maio e o processo aguarda análise.”
O órgão diz ainda que o leitor pediu aposentadoria por tempo de contribuição para pessoa com deficiência e enviou, em 2 de junho, os documentos exigidos. O processo está em análise no INSS.
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