Descrição de chapéu Auxílio emergencial

Cesta básica sobe 27% em um ano em São Paulo; auxílio emergencial cai 58%

Cesta com 39 itens custa R$ 1.013,66 na capital paulista; valor-base do benefício do governo é de R$ 250

São Paulo

Enquanto o auxílio emergencial pago pelo governo federal na pandemia de Covid-19 teve queda de 58% entre 2020 e 2021, o valor da cesta básica do paulistano subiu 27% entre março do ano passado e deste ano, segundo pesquisa da Fundação Procon-SP feita em parceria com o Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos).

O preço médio da cesta com 39 itens, que em março de 2020 era de R$ 798,10, subiu para R$ 1.013,66 no dia , divulgou o Procon-SP nesta terça-feira (13)

Por outro lado, o auxílio emergencial pago pelo governo, que tem ajudado pessoas durante a pandemia de Covid-19, caiu 58,33%, de R$ 600 para R$ 250. Assim, com o valor-base pago a uma família, só é possível pagar 25% do total que custa a cesta.


Dentre os itens que mais subiram neste período estão óleo de soja, com alta de 88,89%, arroz (5 kg), com elevação de 69,44%, carne de primeira (+ 39,96%), carne de segunda (+ 29,51%), e a cebola, cuja elevação foi de 28,90% no período.

Daiane Marinucci, 38 anos, que mora com uma filha de 18 anos e um filho de 16, destaca que todo o valor que receber do benefício vai para a alimentação.

“O auxílio caiu bastante e vai ser destinado totalmente para alimentação. Água e luz, por exemplo, infelizmente não vou conseguir pagar. O que me ajuda é que recebo quase todo mês uma cesta básica de doação aqui da comunidade”, diz ela, que é autônoma e recebe Bolsa Família.

“Aqui em casa eu tenho só o básico mesmo, como arroz, feijão e salsicha. Fruta, por exemplo, não tenho nenhuma em casa”, completa Daiane.

Segundo o Procon, os motivos encontrados que justificam as oscilações nos preços dos produtos da cesta básica são inúmeros, como problemas climáticos, questões sazonais, excesso ou escassez de oferta ou demanda pelos produtos, preços das commodities, variações cambiais, formação de estoques e desonerações de tributos.

Na cesta, os únicos produtos que sofreram variação negativa foram alho (kg), com queda de 9,55%, de R$ 32,04, o quilo, para R$ 28,98, o quilo, e água sanitária (-3,51%), cujo preço do litro caiu de R$ 2,56 para R$ 2,47 entre um ano e outro.

“Tivemos uma incidência muito forte na definição do auxílio no ano passado e também na proteção dos salários. Seguimos propondo medidas para gerar apoio econômico para as pessoas”, comenta Clemente Ganz Lúcio, sociólogo e assessor do Fórum das Centrais Sindicais.

Aumento da cesta básica | Queda do auxílio emergencial

  • O Procon-SP apontou uma alta de 27% na cesta básica do paulistano entre março deste ano e março do ano passado
  • O preço médio que, em março de 2020 era de R$ 798,10, passou para R$ 1.014,63, em 31 de março deste ano
  • Por outro lado, o auxílio emergencial, que em 2020 era de R$ 600, caiu para um valor-base de R$ 250 em 2021, registrando retração de 58,33%
  • Com o valor-base pago a uma família, só é possível pagar por 25% do preço total da cesta básica

Maiores altas por grupo

Grupo Março/2020 Março/2021 Variação
Alimentação R$ 687,97 R$ 889,90 29,35%
Higiene pessoal R$ 66,45 R$ 74,11 11,53%
Limpeza R$ 43,68 R$ 49,65 13,67%
Total R$ 798,10 R$ 1.013,66 27,01%

Produtos que mais subiram

Óleo de soja (900 ml) 88,89%
Arroz branco (5 kg) 69,44%
Carne de primeira (kg) 39,96 %
Carne de segunda (kg) 47,76%
Cebola (kg) 29,51 ​%


Fonte: Núcleo de Inteligência e Pesquisas do Procon-SP; e Dieese (Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos)

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