Há quatro meses, a autônoma Claudineia Oliveira Martins, 43 anos, não consegue pegar os medicamentos para a avó dela, Adelina Dias Domingues, 85 anos, na rede estadual de saúde de São Paulo. A idosa utiliza remédios de alto custo e alimentação líquida aplicada por sonda desde 2018, quando teve um AVC (Acidente Vascular Cerebral) que a deixou com sequelas.
Além dos remédios e dos nutrientes especiais, a família de Adelina também costumava pegar gratuitamente fraldas geriátricas para a paciente no AME (Ambulatório Médico de Especialidades) Maria Zélia, no Belenzinho, localizado na zona leste de São Paulo.
“Desde 2018, quando ela teve o AVC, a gente sempre tinha que complementar o tratamento com alguma coisa. Mas agora estamos tendo que comprar tudo, e as dietas e as fraldas são muito caras”, diz Claudineia, que é moradora do Jardim Monte Kemel, na zona oeste da capital paulista.
Segundo Claudineia, o valor mensal gasto com os itens para cuidar da avó fica em torno de R$ 1.500, sendo cerca de R$ 1.000 só com a alimentação líquida e as fraldas. “Isso sem falar mais R$ 1.000 e pouco que gastamos com plano de saúde”, afirma.
“Meu pai liga para a AME e o pessoal informa que a dieta está em falta desde novembro do ano passado. Também ligamos na ouvidoria, mas eles mandam mensagem informando que todos os atendentes estão ocupados. Não sei mais a quem recorrer”, relata a autônoma ao Agora.
Secretaria de Estado da Saúde: Tel.: (11) 3066-8000
Estado diz que fará compra
A Secretaria de Estado da Saúde informa que a dieta enteral “não faz parte da lista de itens padronizados pelo Ministério da Saúde para distribuição no SUS”, mas que o produto “é fornecido aos pacientes para atender casos individuais, como no caso de Adelina Dias Domingues”. A pasta diz que iniciou um novo processo para compra do item, já que os últimos oito pregões foram fracassados. Até que isso seja concluído, a orientação é para que os médicos sejam consultados e indiquem alternativas.
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