Vale-gás vira benefício a trabalhadores

Alta do preço do botijão motivou inclusão da quantia na negociação da campanha salarial

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São Paulo

Os trabalhadores da OCG Molas Industriais, metalúrgica localizada no bairro do Socorro (zona sul), terão direito a três parcelas de vale-gás no valor de R$ 80 cada. O benefício foi conquistado durante a campanha salarial referente à data-base em 1º de novembro.

Botijão de 13 quilos é encontrado a mais de R$ 100 em revendas da capital paulista
Botijão de 13 quilos é encontrado a mais de R$ 100 em revendas da capital paulista - Gabo Morales/Folhapress/12.11.2012

Segundo Miguel Torres, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e Mogi das Cruzes, a quantia será depositada em cartão pré-pago nos meses de outubro, janeiro e março, beneficiando 55 trabalhadores da empresa. A inclusão do benefício não terá custo extra aos funcionários.

O sindicalista assinala que a campanha Vale-gás, já! se estende aos mais de 120 mil metalúrgicos da base da entidade. A negociação com as empresas também inclui reposição salarial, aumento real, manutenção das cláusulas da convenção coletiva e a manutenção dos demais benefícios.

"O custo de vida não para de crescer, o preço dos alimentos, da energia elétrica e do gás disparou e cada vez mais temos pessoas nas ruas em situação de risco social, sem moradia digna, passando frio e fome. Exigir o Vale-gás na campanha salarial é uma das formas que encontramos para evitar que a carestia também coloque em risco social os trabalhadores de nossa categoria”, afirma Torres.

Ele explica que o pagamento do vale-gás foi pedido em ofício emergencial enviado às empresas da categoria antes mesmo da data-base por se tratar de uma questão urgente. "Conquistamos o primeiro acordo e isso pode ajudar a conseguirmos em outros lugares. Não é muito, não vai resolver tudo, mas atenua o problema dos trabalhadores", avalia.

Segundo dados da ANP (Associação Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis) mais recentes, o botijão de 13 quilos custa em média R$ 98,07 no estado de São Paulo, podendo chegar a R$ 125,90 em algumas regiões. Na capital paulista, a média é de R$ 98, alcançando R$ 114 em alguns pontos de vendas.

Na semana passada, a reportagem do Agora fez um levantamento nas revendedoras da capital paulista e de dez estabelecimentos, apenas dois comercializavam o produto abaixo de R$ 100. Para piorar, o aumento da cotação internacional do propano, matéria-prima para o GLP (Gás Liquefeito de Petróleo), pode encarecer ainda mais o gás de cozinha nos próximos meses.

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