Roberto Aparecido Alves Cardoso, 32 anos, conhecido como Champinha, é suspeito de ter liderado uma rebelião, por volta da 1h40 desta quarta-feira (4), na Unidade Experimental de Saúde, na região do Belém (zona leste da capital paulista). Outras duas pessoas internadas, de 18 e 21 anos, também participaram do motim. As informações constam no boletim do ocorrência do caso.
O registro policial aponta que um agente da unidade de saúde, de 55 anos, foi feito refém por cerca de duas horas e foi ameaçado pelos internos, que usaram um estilingue e um objeto pontiagudo, semelhante a uma faca. A vítima não se feriu.
Champinha ficou nacionalmente conhecido após sequestrar e matar, em 2003, uma jovem de 16 anos e um rapaz de 19. Ele estava com 16 anos na ocasião e também foi acusado de estuprar reiteradamente a adolescente.
O agente relatou à polícia que estava em um banheiro, dentro da sala de segurança da unidade, e, quando saiu do local, foi rendido pelo trio. A vítima disse ainda que sofreu ameaças contra sua integridade física e afirmou acreditar que o trio queria fugir do local.
Outro agente, que testemunhou o início da rebelião, disse em depoimento que fazia ronda dentro da unidade, quando avistou os internos correndo em sua direção. Ele conseguiu correr até os fundos do pátio, quando viu seu colega ser rendido pelos trio.
De acordo com a polícia, o local onde teve início o motim é um pátio, onde há cinco casas. Em cada uma delas reside um interno. Champinha e o outro acusado de 21 anos conseguiram arrombar as janelas de suas casas, acessando o pátio da unidade, e, em seguida, renderam o agente, pegaram uma chave na sala de segurança e libertaram mais um interno, de 18 anos, ainda segundo o boletim de ocorrência.
A Polícia Militar foi chamada ao local e negociou com o trio que, por volta das 3h40, libertou o refém. O estilingue usado para render o agente foi apreendido. A faca improvisada, no entanto, não foi encontrada.
Interno desde adolescência
Quando foi detido, Champinha tinha 16 anos. Por isso foi encaminhado à Fundação Casa, onde poderia permanecer por até três anos detido. Após este período, o Ministério Público solicitou a internação civil dele. O pedido foi acatado pela Justiça.
Champinha é considerado sem capacidade psicológica para conviver em sociedade, por sofrer distúrbios mentais e desvio de caráter. Por conta disso, foi encaminhado à Unidade Experimental de Saúde, onde ficam infratores com distúrbios mentais.
Resposta
O local, segundo a SAP (Secretaria da Administração Penitenciária), gestão João Doria (PSDB), é administrado pela Secretaria de Estado da Saúde, que não havia se pronunciado até a publicação desta reportagem.
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