A um mês do verão, a estação mais chuvosa, o Vigilante Agora foi conferir a situação dos piscinões da cidade de São Paulo sob a gestão Bruno Covas (PSDB).
Foram percorridos oito dos 27 piscinões existentes na cidade. Alguns estão com terra e lixo, o que pode prejudicar o funcionamento durante a chuva. A falta de limpeza causa também mau cheiro perceptível.
No do Bananal, na Brasilândia (zona norte), a reclamação é sempre a mesma: a manutenção realizada pela prefeitura não é suficiente. O piscinão está sempre com terra, mato, lixo e entulho, segundo moradores. O ponto também é utilizado por usuários de drogas.
A situação é parecida na zona leste. Nos piscinões Aricanduva 2 e 3, as condições são precárias. A circulação de pessoas é livre e a sujeira chama a atenção.
O frentista José Manuel, 45, diz que até evita passar pelos locais. "Virou uma espécie de lixão a céu aberto! Aquilo lá é sempre imundo, insalubre e por estar sempre sujo, não funciona, porque logo que as chuvas começam, entope", afirma.
No Pacaembu (zona oeste), o reservatório embaixo da praça Charles Miller também acumula lixo.
Em geral, a situação dos mais novos é melhor, principalmente nos piscinões cimentados. O da Guamiranga, na zona leste, é o maior da cidade e foi inaugurado em 2017, durante a gestão João Doria (PSDB). O reservatório foi criado para aliviar as chuvas que fazem o rio Tamanduateí transbordar.
A estrutura fica cercada em uma área protegida por seguranças. No mês passado, funcionários informaram que foi feita uma retirada periódica de dejetos.
Quando o Vigilante Agora foi conferir o piscinão, estava limpo. Entretanto, vizinhos relataram que o local é alvo de entupimentos constantes quando chove.
No piscinão Rio das Pedras, que também é concretado, não há acúmulo de sujeira ou poças d’água. Para evitar contato com a população, há grades no entorno.
O secretário de governo municipal, Mauro Ricardo Machado Costa, disse, durante apresentação do Plano Chuva de Verão na última quinta-feira (14), que a prefeitura investiu "como nunca" nas ações preventivas.
"Os 27 piscinões da capital foram limpos. Assim, aumentamos a capacidade de reservação de água."
Mais quatro piscinões devem ser entregues até dezembro deste ano, segundo a prefeitura.
Resposta
A Secretaria Municipal das Subprefeituras realiza ações contínuas de zeladoria para a prevenção de enchentes e alagamentos, por meio da manutenção regular dos piscinões na cidade. Essas ações auxiliam no escoamento da água, o que diminui o impacto quando há grande volume de chuva.
De janeiro a outubro de 2019, foram retiradas 171.717 toneladas de detritos. No mesmo período de 2018, foram 138.509. Aumento de 23% em comparação ao ano passado. Atualmente, 43 equipes fazem o serviço de limpeza de piscinões na capital paulista.
A Subprefeitura Freguesia Brasilândia realiza limpeza diária no piscinão do Bananal. O acúmulo da grama, que não influencia no escoamento das águas, é utilizado como adubo para aproveitamento em praças públicas. Os resíduos citados são descartes feitos pelo Rodoanel estão sendo retirados. Não há entulho e depósito de lixo no local.
O piscinão do Pacaembu é autolimpante e não têm acesso aberto à população. O reservatório armazena 75.000 m³ de água em uma área de 15.000 m² e o escoamento é feito por gravidade, um modelo de sistema francês. As grades estão localizadas no acesso da água, o que é natural para o local. Vale ressaltar que a praça Charles Miller recebe feiras livres às terças, quintas, sextas e sábados. A limpeza é realizada imediatamente após a desmontagem das barracas. Portanto, o lixo citado pode ser proveniente de restos de feira e são casos pontuais.
Já a Subprefeitura São Mateus faz a limpeza dos piscinões Aricanduva 2 e 3 regularmente com uma equipe composta por 20 pessoas. Foi identificado um descarte irregular e pontual nas proximidades dos piscinões, que já está na programação para ser limpo. O mau cheiro pode ser proveniente de esgoto lançado em áreas de ocupação irregular. Importante ressaltar que o mato alto não influencia no escoamento correto das águas.
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