Os crimes contra o patrimônio, sexuais e os feminicídios (quando a vítima é morta por ser mulher) aumentaram na capital paulista entre 2018 e 2019.
A SSP (Secretaria da Segurança Pública), gestão João Doria (PSB), consolidou as estatísticas do ano passado nesta sexta-feira (24).
Por outro lado, os casos de homicídio caíram, na capital e no estado.
São Paulo chega no estado à menor taxa de assassinatos por grupo de 100 mil habitantes da série histórica: 6,56. Em 2001, essa mesma taxa era de 35,06.
Segundo a pasta, os furtos em geral foram os que mais cresceram na capital --201.798 casos em 2018, ante 226.566 no ano passado, com uma alta de 12,2%.
Os feminicídios quase dobraram na capital entre 2018 e 2019. Foram 29 casos, contra 43 (48,2% a mais).
Este tipo de crime também aumentou no estado em 33,8%, quando comparados, respectivamente, os 136 e 182 casos.
A alta de crimes vai na contramão dos assassinatos em geral. Em 2018 foram 723 pessoas mortas na capital e no ano passado, 685 (-5,2%). No estado foram 3.106 vítimas em 2018 e 2.906 no ano passado.
Samira Bueno, diretora executiva do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, diz que a alta dos feminicídios resulta da tipificação do crime, que começou a ser usada pela polícia. "Mas a violência contra mulher está aumentando", diz.
Os roubos passaram de 136.589 para 141.134 (3,3%), e estupros de 2.590 para 2.663 (2,8%).
Letalidade da PM em ações no município cresce 11%
Na contramão das baixas de vítimas de homicídios, policiais militares mataram mais pessoas durante ações da polícia no estado de São Paulo.
Segundo a SSP, foram 716 mortes provocadas por PMs nas ruas, o equivalente a dois casos diários.
No ano anterior, 642 pessoas morreram em ações de policiais, representando uma alta de 11%.
Ainda no ano passado, 14 PMs morreram durante o trabalho, contra 16 de 2018.
Também foram registradas 17 mortes de PMs de folga no ano passado.
Resposta
O coronel Álvaro Camilo, secretário executivo da Polícia Militar, diz que a letalidade da PM aumentou em virtude da maior distribuição do efetivo em locais onde há mais crimes.
Além disso, ele também atribui a alta ao fato da criminalidade "estar mais agressiva e usando armamento mais pesado".
"Por causa do monitoramento, PMs chegam com casos em andamento, podendo ocorrer o confronto. Mas a morte do suspeito nunca é desejada", afirma.
Questionada sobre a alta de feminicídios e furtos, a Secretaria da Segurança Pública não respondeu.
Com Folha
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