Advogado acusa motorista de aplicativo de crime de homofobia no centro de SP

Caso ocorreu na noite de quarta-feira (22), quando vítima voltava para casa

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São Paulo

Um advogado criminalista de 26 anos afirma ter sido vítima de homofobia, crime praticado por um motorista da Uber, por volta das 20h40 de quarta-feira (22) na região da Liberdade (centro da capital paulista).

Segundo o advogado, ele havia acabado de sair de seu escritório e chamou um carro do aplicativo para ir para casa, em Higienópolis, também na região central da cidade. 

Assim que embarcou do carro, um Chevrolet Prisma, o advogado informou ao motorista que iria orientá-lo para que não seguisse o GPS, pois o aparelho indicava trajetos perigosos. “Durante minhas orientações, o motorista ficava xingando, falando impropérios por conta de semáforos em que passávamos”, relembra a vítima. 

Ainda de acordo com o advogado, na altura do número 720 da avenida Liberdade, o motorista de aplicativo abriu as janelas e desligou o ar-condicionado do veículo. “Pedi educadamente para ele fechar as janelas e ligar o ar, pois não me sentia seguro naquela região com as janelas abertas.” 

Homofobia Uber
Motorista parou carro na avenida Liberdade, na região central da capital paulista, para que advogado, que afirma ser vítima de homofobia, desembarcasse - Arquivo Pessoal

Após o pedido, segundo o advogado, o motorista começou a ofendê-lo com palavras de baixo calão e falou para ele desembarcar e pegar outro carro. “Diante da agressividade dele, uma pessoa grossa, desci do carro e peguei meu celular, para tirar fotos do veículo dele e notificar a Uber”, acrescentou a vítima. 

Quando percebeu que era fotografado, o motorista desembarcou do carro, que ficou no meio da avenida, e foi para cima da vítima. Por conta disso, o advogado entrou em uma academia e pediu ajuda. “Ele ficava me chamando de ‘viadinho’ da rua e falando para eu sair, se fosse homem.” 

O advogado é homossexual e, por conta das palavras usadas pelo motorista, alertou o acusado de que ele estava cometendo crime de racismo. Quando o colaborador do aplicativo percebeu que a polícia foi acionada, fugiu do local. 

O advogado, que atua na área criminalista, afirmou que vai entregar uma petição no 1º DP (Sé), para que um inquérito policial de tentativa de agressão e crime de homofobia seja instaurado. Ele também afirmou que pretende processar a Uber.

Resposta 

A Uber afirmou ter uma política de "tolerância zero" com qualquer tipo de discriminação em viagens realizadas pela plataforma. "Esperamos que motoristas parceiros e usuários não se envolvam em brigas e discussões e que contatem imediatamente as autoridades policiais sempre que se sentirem ameaçados", diz trecho de nota.

Sobre o caso do advogado que afirma ter sido vítima de homofobia, a empresa afirma que os relatos do advogado e do motorista "apresentam contradições", que serão esclarecidas "pelas investigações" da polícia.  

"A empresa está à disposição das autoridades para colaborar com as investigações, nos termos da lei", finaliza a nota.

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