Paciente encara obstáculo na calçada para chegar a hospital em SP

Trajeto de 250 metros entre a estação Chácara Klabin e a Rede Lucy Montoro tem desnível e degraus

São Paulo

Pacientes da Rede Lucy Montoro, que atende quem tem mobilidade reduzida, têm que percorrer uma distância de 250 metros entre a estação de metrô Chácara Klabin e a unidade da rua Domingo de Soto, na Vila Mariana (zona sul). Mas, pessoas com dificuldade de mobilidade são obrigadas a enfrentar degraus, guias rebaixadas e calçadas inclinadas que as obrigam circular entre os carros, no meio da rua Vergueiro.

O rally a que estão submetidos cadeirantes inclui uma travessia no cruzamento da rua Diderot com uma inclinação que dificulta a caminhada até mesmo de pessoas sem qualquer restrição de mobilidade. As duas guias rebaixadas em cada lado da faixa de pedestres não servem para nada. 

O assistente social Carlos Henrique de Mendonça, 37 anos, encontra obstáculo na calçada com sua cadeira de rodas, no caminho para a Rede Lucy Montoro, onde faz tratamento - Rivaldo Gomes/Folhapress

"Não tem como passar por aqui sem correr o risco de virar a cadeira. Acabo no meio da rua mesmo", afirma o gesseiro Gilvan Diniz, 41 anos, que leva a filha Victória, 7, para tratamento no local em uma cadeira de rodas duas vezes por mês. No local, ônibus e veículos em geral passam em alta velocidade, na via com três faixas em sentido único.

Após perder a perna esquerda em um acidente, o aposentado Daniel Souza, 30, passou a usar uma prótese. Entre a estação de metrô e a unidade de saúde, acaba caminhando na rua. "Não é como uma perna que eu consigo levantar, tenho que andar 'chutando', então qualquer desnível atrapalha. Muitas vezes, tenho que andar de lado."

Cadeirante, o assistente social Carlos Henrique de Mendonça, 37, conta que depois de muitas reclamações foram instaladas, no fim de 2019, guias rebaixadas no lado par da rua Vergueiro, entre a praça Alberto Boris e a rua Desembargador Aragão. "O problema é que deixaram um degrau no meio da calçada."

Outro ponto é que mesmo que não houvesse o degrau, também não haveria semáforo para uma travessia segura diretamente para a Domingos de Soto, onde fica a unidade de saúde. O cadeirante continuaria a contar com a boa vontade dos carros.

A própria Rede Lucy Montoro em virtude da dificuldade de seus pacientes, já pediu à prefeitura que tome as providências, além de fiscalização sobre imóveis de ruas do entorno.

Resposta

A Secretaria Municipal da Pessoa com Deficiência, sob a gestão Bruno Covas (PSDB), diz que a Comissão Permanente de Acessibilidade, a pedido da Subprefeitura da Vila Mariana, já realizou vistoria no local e os reparos constam do Plano Emergencial de Calçadas a serem executados ainda este ano. "Além disso, a Subprefeitura Vila Mariana reafirma que a rua Vergueiro está incluída no PEC, inaugurado em dezembro de 2019, que investirá R$ 200 milhões na requalificação de 1,6 milhão de m² de calçadas em rotas prioritárias até final de 2020." 

A Companhia de Engenharia de Tráfego diz que será feita vistoria para verificar se atende aos critérios para instalação de semáforo. E diz que "não há registros de solicitação para instalação de semáforo na rua Domingo de Soto, 100."

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