Taxa de ocupação de leitos nas UTIs da Grande SP passa de 87%

Em Guarulhos, todas as vagas foram preenchidas e a prefeitura soma hospital de campanha

São Paulo

Municípios da Grande São Paulo começam a chegar perto de um colapso em suas redes públicas de saúde em razão da pandemia da Covid-19. Segundo o governo estadual, gestão João Doria (PSDB), a taxa de ocupação dos leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) na região metropolitana chegou a 87,7%, na noite de segunda-feira (25).

Em Guarulhos, a prefeitura afirma que 102,6% dos leitos de UTI dos sistemas municipal e estadual estão ocupados. O número ultrapassa os 100% porque a cidade está encaminhando os pacientes para um hospital de campanha com capacidade para 70 pessoas, que foi erguido no parque Cecap. "Por isso, apesar da gravidade, o sistema não colapsou", diz a administração municipal.

Em Guarulhos, a prefeitura afirma que 102,6% dos leitos de UTI dos sistemas municipal e estadual estão ocupados. - Jardiel Carvalho/Folhapress

A Secretaria de Saúde de Guarulhos diz ainda que, nos próximos dias, irá alugar leitos de UTI de pelo menos dois hospitais privados da cidade. Ainda não há definição da quantidade e nem do valor que terá de ser investido.

No Hospital Municipal de Barueri, 62 dos 71 leitos de terapia intensiva estão ocupados, o que corresponde a 87,3% do total. Em relação à distribuição dos pacientes, 39 estão tratando da Covid, enquanto os 23 restantes se recuperam de outros tipos de enfermidades. Para aliviar a demanda, a prefeitura transformou o pronto-socorro do Jardim Paulista em hospital de campanha com 30 leitos intermediários.

Diadema e Mauá têm 80% de ocupação das vagas de UTI. A solução encontrada pela prefeitura de Diadema para atender aos casos graves de Covid-19 foi alugar 10 leitos do hospital privado Dom Alvarenga, no bairro do Ipiranga (zona sul da capital), por três meses. O valor gasto será de R$ 3,78 milhões. Já em Mauá, foi instalado no fim de abril um hospital de campanha com 30 vagas no Paço Municipal da cidade.

Os demais municípios da região do ABC apresentam situação mais tranquila. Em Santo André, a taxa de ocupação dos leitos públicos destinados ao tratamento de pacientes com Covid-19 é de 55,8%. A cidade já criou dois hospitais de campanha e está construindo o terceiro, que funcionará no campus da UFABC (Universidade Federal do ABC) no município.

A Prefeitura de São Bernardo do Campo diz que 66% dos leitos de tratamento intensivo para coronavírus estão ocupados. No último dia 14, a administração municipal inaugurou dois hospitais definitivos (não de campanha), que somam 250 vagas.

Em São Caetano do Sul, o percentual de ocupação é um pouco mais elevado: 72%. Não há hospitais de campanha no município e também não foram contratados leitos privados. Em Mogi das Cruzes, a taxa é de 70%. A cidade abriu um hospital emergencial no último domingo (24) com capacidade para atender 200 pessoas.

Em Suzano, o Hospital de Quarentena, aberto no fim de abril, tem 80 vagas, sendo 70 de enfermaria e 10 de suporte avançado. Porém, nos casos em que é necessária transferência para UTI, os pacientes são encaminhados para a rede estadual via Cross (Central de Regulação de Oferta de Serviços de Saúde.

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