De família piauiense, da capital Teresina, e com ramificações em Minas Gerais, Hermes de Araújo Freitas Filho, de 28 anos, mora sozinho em São Paulo há pouco menos de cinco anos e se acostumou a se virar sozinho no dia a dia.
Mas a Covid-19 o pegou de tal forma que precisou ficar nove dias internado, sendo quatro na UTI (Unidade de Terapia Intensiva), com o agravante de ter sofrido um ataque cardíaco. Mas ele conseguiu sair da situação sem maiores complicações.
“Como moro sozinho, só saio de casa a cada três semanas para comprar os mantimentos. Provavelmente, eu tenha me contaminado na última vez em que fui ao supermercado, no dia 3 de maio”, resigna-se o headhunter (caçador de talentos), que diz ter começado a sentir os sintomas no dia 17, um domingo.
Ele acordou naquele dia sentindo-se estranho, com febre, dores no corpo e um cansaço fora do normal, mesmo sem fazer esforço. No dia seguinte, ele foi ao Pronto-Socorro do Hospital Albert Einstein, onde fez o teste da Covid, que deu resultado positivo após 48 horas.
Foi justamente quando os sintomas começaram a piorar. “Passei a ter falta de ar e náuseas e vômitos. Não podia beber um copo de água que 10, 20 minutos depois estava vomitando. Na quarta-feira, fui ao Hospital Sírio Libanês para fazer exames e tomar soro. Me receitaram remédios e repouso. Mas continuei mal e vomitei até os remédios”, lembra Hermes.
Ainda mal, ele voltou ao hospital no sábado seguinte, quando o médico voltou a medicá-lo e mandá-lo de volta para casa. “Melhorava quando ia ao hospital, mas voltava para casa e desandava tudo. Então, decidi pela internação.”
Ele foi internado na segunda-feira. Na terça, com a oxigenação do sangue muito baixa e uma grande mancha no pulmão direito, foi levado para a UTI, sempre com respirador. “No segundo dia lá, tive um princípio de ataque cardíaco de madrugada e perdi a consciência. Quando acordei, os médicos e enfermeiros estavam do meu lado. Eles explicaram que havia tido um ataque cardíaco e que era para eu ficar calmo e buscar melhorar.”
Com o tratamento, Hermes foi melhorando gradativamente. A mancha no pulmão se dissipou e a respiração foi se restabelecendo pouco a pouco. Com isso, os aparelhos de respiração foram sendo retirados pelos médicos.
Após a alta, na última quarta-feira (3), ele agora faz acompanhamento duas vezes por dia com uma fisioterapeuta e um médico, por telemedicina. “Está sendo tranquilo. Ao menor sinal de qualquer problema eu já corro de imediato para o hospital.”
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