A polícia diz ter identificado o ex-soldado da Polícia Militar Gilberto Eric Rodrigues, 32 anos, como o segundo suspeito da morte do adolescente Guilherme Silva Guedes, 15 anos, no último dia 14, em Americanópolis (zona sul de São Paulo).
A reportagem não localizou a defesa do ex-PM Rodrigues. Segundo a Polícia Civil, nenhum advogado se apresentou como defensor do suspeito.
O ex-PM fugiu do presídio militar Romão Gomes em 2015. Ele estava preso por suposta participação em outro assassinato, ocorrido dois anos antes. Ele trabalhava no 37º Batalhão da PM, na zona sul. As informações são do DHPP (Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa).
O delegado Fábio Pinheiro, diretor do departamento de homicídios, afirmou que a prisão temporária de Rodrigues foi expedida pela Justiça. Além de fugitivo do presídio militar, ele é agora considerado foragido por causa do segundo homicídio em que é investigado como participante. "Ele é o segundo autor do crime, ele já é procurado por nós", afirmou Pinheiro.
Segundo a polícia, Rodrigues pulou o muro do presídio militar, localizado na zona norte de São Paulo, junto com o ex-PM Flávio Armando Pitta Marinho Mourinho, que cumpria pena, por homicídio, na unidade prisional.
Rodrigues, segundo o delegado, seria a segunda pessoa que aparece em imagens, de câmeras de monitoramento, junto com o sargento Adriano Fernandes de Campos, 41 anos, único suspeito preso pelo crime até o momento. A defesa do sargento diz que ele nega a participação no crime .
O adolescente Guilherme Silva Guedes foi morto com ao menos dois tiros na cabeça após ser abordado por dois suspeitos armados em Americanópolis quando estava em frente à casa da avó materna. A informação consta em um laudo necroscópico entregue por peritos no último dia 26 ao DHPP.
O adolescente teria sido confundido com uma pessoa que invadiu um galpão onde uma empresa do sargento é responsável pela segurança.
O sargento deverá ser indiciado pelo assassinato do adolescente quando for convocado para prestar depoimento no DHPP. A data em que ele será ouvido, porém, ainda não foi marcada pela polícia.
Informações que possam ajudar na localização de Gilberto Eric Rodrigues podem ser feitas ao Disque Denúncia, no telefone 181. A identidade de denunciante é mantida em sigilo.
Corpo
O corpo de Guilherme Silva Guedes foi encontrado, por volta das 9h30 de 14 de junho no limite entre a zona sul de São Paulo e Diadema (ABC) com tiros na cabeça. Ele, no entanto, teria sido morto em outro local, antes de seu corpo ser abandonado no terreno onde foi localizado.
Segundo registrado pelo DHPP, o corpo do adolescente estava calçado somente com meias brancas. “Vale consignar que o solado das meias brancas que a vítima calçava estavam parcialmente limpos, apesar de o corpo ter sido encontrado em uma região de terra, valendo consignar também que seu par de tênis não foi encontrado”, diz trecho do documento policial.
Ainda de acordo com o departamento de homicídios, nenhum projétil de arma de fogo foi encontrado perto do cadáver, indicando que ele teria sido morto em outra região.
A reportagem apurou que uma mulher, que terá a identidade preservada por segurança, prestou depoimento no dia 19 do mês passado à Polícia Civil. Ela afirmou ter visto o momento em que Guilherme foi colocado dentro de um carro e, instantes depois, ouvido ao menos dois sons semelhantes a tiros.
Vídeos com imagens de policiais militares agredindo moradores da Vila Clara, que fica na região, foram divulgados nas redes sociais. Segundo pessoas que moram no bairro, as imagens foram gravadas na noite de segunda-feira, após a primeira onda de protestos.
Resposta
Segundo a PM, o sargento suspeito pelo crime está preso no presídio militar Romão Gomes, na zona norte da capital paulista.
A PM instaurou um Inquérito Policial Militar, no último dia 16, para identificar os policiais que aparecem em vídeos contendo agressões a moradores.
A Secretaria da Segurança Pública, gestão (PSDB), afirmou que as circunstâncias da morte de Guilherme Silva Guedes estão sendo investigadas pelo DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa) e pela Corregedoria da PM.
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