Apenas 1 em cada 43 escolas municipais da capital paulista alcançou ou superou a nota projetada para os anos finais do ensino fundamental, segundo os resultados do Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) de 2019, divulgados nesta semana. Entre os colégios estaduais, 1 em cada 5 ficou dentro do esperado, no mesmo ciclo.
De forma geral, os resultados obtidos pelas escolas da rede pública na capital nos anos finais do fundamental (6º ao 9º) ficaram bem abaixo do que se conseguiu nos anos iniciais (1º ao 5º).
Das escolas sob responsabilidade do prefeito Bruno Covas (PSDB), só 10 entre 431 atingiram ou ultrapassaram a nota projetada (2%) nos anos finais do fundamental.
Nas do estado, sob a gestão do ex-prefeito e atual governador João Doria (PSDB), foram 96 de 522 (18%). Vale lembrar que a proporção foi calculada em cima das escolas que apresentaram alguma nota.
Professora doutora titular da Faculdade de Educação da PUC-SP, Neide de Aquino Noffs diz que a queda no desempenho entre anos iniciais e finais do ensino fundamental traduz algumas falhas na formação dos docentes.
"O currículo privilegia conteúdo. Mas o estudante vai além disso. Quer um conhecimento dele mesmo. O que pretende, o que faz. Na descoberta de si e do contexto, se o atende ou não", explica.
Segundo o professor Rubens Barbosa de Camargo, especialista em financiamento da educação e gestão de unidades, da Faculdade de Educação da USP, historicamente não se tem investido em educação básica.
"Os recursos aplicados em educação básica foram diminuindo diante da demanda. Temos milhares de crianças distantes do ensino infantil. Há escola com só quatro ou cinco horas, enquanto tem período integral em outros lugares do mundo", afirma.
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