O carro da jornalista Solange Freitas (PSDB), candidata a prefeita de São Vicente (65 km de SP), foi alvo de ao menos quatro tiros, por volta das 10h20 desta quarta-feira (11), quando o veículo blindado seguia pela avenida Minas Gerais. Ninguém se feriu.
O caso ocorre cerca de dois dias após um candidato a vereador ser baleado com dois tiros em Guarulhos (Grande SP), quando fazia uma transmissão ao vivo pela internet, no início da manhã de segunda-feira (9). Ricardo de Moura (PL), 40 anos, teve alta na manhã desta terça-feira (10), segundo o hospital Nipo Brasileiro.
A comunicação social da Polícia Militar afirmou que um chamado foi feito à corporação às 10h22, indicando que o carro de Solange havia sido alvo de tiros, dados por um motoqueiro ainda não identificado ou preso.
O vidro da porta dianteira direita do veículo foi atingido pelos tiros. Uma câmera de monitoramento também captou imagens do suspeito de fazer os disparos. As imagens são analisadas pelo 1º DP da cidade. Câmeras de monitoramento mostram a moto emparelhando com o veículo.
Em suas redes sociais, a candidata afirmou que tanto ela quanto a equipe de campanha que ocupava o carro, no momento dos disparos, “passam bem”. “Mais detalhes desse absurdo serão compartilhados durante o dia”, diz texto postado pela assessoria da candidata.
Um trecho da via onde houve o incidente foi bloqueada pela PM. A candidata chegou a ser atendida, ainda no local do crime, por uma unidade do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência).
Antes dos tiros, a candidata esteve em uma padaria, de onde saiu por volta das 10h15 para ir a uma feira livre, no bairro Vila Voturuá, onde pretendia fazer campanha. “Mas antes de chegar à feira, o suspeito, em uma moto pequena e de cor clara, emparelhou com o carro da candidata e atirou”, afirmou o major Michael Douglas Morais, comandante do 39º Batalhão da PM.
Solange estava no banco traseiro do veículo, ocupado por mais quatro pessoas de sua equipe.
O policial acrescentou que a candidata chegou a formalizar uma denúncia, no início da campanha, após ser hostilizada. “Por causa disso, a PM se ofereceu para dar apoio a todos os candidatos. Mas, até agora, ninguém solicitou isso”, acrescentou o oficial.
Por causa do primeiro turno das eleições, neste domingo (15), o major reforçou que a corporação está a disposição de candidatos que se sintam inseguros na campanha, inclusive no dia de votação.
Com a exceção do ataque desta quarta, o policial afirmou que nenhum outro crime semelhante foi notificado à PM durante as campanhas para o primeiro turno da eleições.
O governador João Doria (PSDB) afirmou em suas redes sociais que o atentado sofrido pela candidata "é uma violência condenável e um ataque à democracia". Ele acrescentou ter determinado à Polícia Civil para que "esclareça este episódio e prenda o criminoso".
Violência nas eleições
Ao menos 15 candidatos nas eleições municipais deste ano foram assassinados no país desde o dia 17 de setembro, primeiro dia após o fim das convenções realizadas pelos partidos que oficializaram as candidaturas, até o início do mês de novembro.
Foram mortos 14 candidatos a vereador e um candidato a prefeito em cidades de interior em 12 estados, o que significa uma média de assassinato ligado à eleição a cada três dias.
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