Grupo rouba ao menos R$ 100 mil em remédios de alto custo em hospital estadual no ABC

Segundo registrado pela polícia, criminosos estavam atrás de medicamentos com valores entre R$ 10 mil e R$ 26 mil

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São Paulo

A farmácia de medicamentos de alto custo do Hospital Estadual Mário Covas, em Santo André (ABC), foi roubada por volta das 7h desta terça-feira (15), por três criminosos ainda não identificados nem presos pela polícia. O trio levou ao menos R$ 100 mil em remédios, segundo levantamento preliminar da Polícia Civil.

Pacientes aguardam atendimento na farmácia de alto custo do Hospital Estadual Mário Covas, em Santo André (ABC) - Rivaldo Gomes - 12.nov.2018/Folhapress

De acordo com o boletim de ocorrência registrado no 1º DP de Santo André, os três criminosos entraram na unidade usando jalecos, crachás funcionais e também máscaras de proteção de uma escola de medicina.

Eles foram em seguida até o setor de farmácia do hospital, onde aguardaram uma funcionária abrir o local. Neste momento, renderam a vítima e anunciaram o assalto, segundo registrado pela Polícia Civil.

Dos três criminosos, ainda de acordo com a polícia, dois estavam armados e entregaram à funcionária um pedaço de papel, no qual constavam os nomes dos medicamentos Ambisome e Herceptin.

O primeiro remédio, segundo a bula, é um antibiótico usado para tratar infecções graves, causadas por fungos, e o segundo, utilizado em pacientes com câncer de mama. Ambos os remédios custam entre R$ 10 mil e R$ 26 mil, segundo sites de compra pesquisados na internet.

Porém, segundo o relato à polícia, os dois medicamentos exigidos pelos bandidos não ficam guardados no setor onde o assalto foi anunciado.

"Assim os roubadores ordenaram que as funcionárias pegassem todos os medicamentos que estavam nas geladeiras, estes que foram colocados em sacos plásticos e entregues aos roubadores", diz trecho de boletim de ocorrência. Estes medicamentos estão avaliados, até o momento, em R$ 100 mil. Os tipos de doenças tratadas por estes remédios não foram informados.

Em seguida, o trio arrombou uma porta do hospital, que estava travada, e correu até um Fiat Palio cinza, onde um quarto suspeito os esperava. No momento em que o bando fugia, uma vítima conseguiu anotar os dados das placas do veículo, que seria de Piedade (99 km de SP). Toda a ação criminosa durou nove minutos, segundo registrado por câmeras de monitoramento.

A polícia do ABC entrou em contato com o dono do Palio, por telefone. O homem teria afirmado que seu carro estava na garagem de casa, o que foi constatado pela polícia de Piedade, acionada para dar apoio. Por telefone, a Delegacia Sede do interior afirmou que o carro usado pelos criminosos "é clonado."

O papel com os nomes dos dois remédios foi apreendido para que a polícia colha eventuais impressões digitais dos suspeitos. O mesmo será feito em um celular, manipulado pelos criminosos e também apreendido.

Resposta

Segundo a Secretaria Estadual da Saúde, gestão João Doria (PSDB), a unidade ainda realiza inventário para contabilizar o total de medicações levadas pelos assaltantes.

A pasta acrescentou que a farmácia “funciona normalmente” e, por orientação da polícia, uma equipe realizou durante esta terça a triagem na porta da unidade, liberando a entrada somente de pessoas que agendaram a retirada de medicamentos. Nenhum funcionário foi ferido.

Não foi informado quantos pacientes eventualmente foram prejudicados com o assalto.

Em nota, a Secretaria da Segurança Pública, gestão João Doria (PSDB), afirmou que o 1º DP de Santo André está em contato com profissionais do hospital e trabalha para identificar os criminosos.

Receptadores e suspeitos

Mais de 18 mil itens hospitalares foram apreendidos pela polícia, em 16 de abril deste ano, em imóveis pertencentes a 14 suspeitos de envolvimento no desvio de quase 15 mil testes de Covid-19, também em abril, no aeroporto internacional de Cumbica, em Guarulhos (Grande SP).

As apreensões ocorreram durante o cumprimento de 22 mandados de busca e apreensão, expedidos pela Justiça, na capital e em outras cinco cidade à época.

O delegado Luís Alberto Guerra, da delegacia do aeroporto, afirmou na ocasião ao Agora já ter esclarecido quem seriam os receptadores da carga desviada do aeroporto, entre eles empresários ligados ao ramo da saúde.

Os mandados foram cumpridos em todas as regiões da capital paulista, além de Mogi das Cruzes, Osasco, e Guarulhos, todas da Grande SP, e Indaiatuba e Campinas, ambas no interior do estado.

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