A Prefeitura de São Paulo atrasou, pela sexta vez, a entrega das obras do vale do Anhangabaú. A previsão agora é de que a reforma, que já consumiu R$ 105,6 milhões aos cofres públicos, esteja concluída no dia 31 de março. Em nota, a gestão Bruno Covas (PSDB) nega o atraso e diz que o prazo é necessário para continuidade da operação assistida.
O pedido de adiamento foi feito pelo Consórcio Central, responsável pela obra. A autorização da Siurb (Secretaria de Infraestrutura Urbana e Obras) foi publicada no dia 30 de janeiro, último sábado, no Diário Oficial da Cidade. Ele não cita adicional de valores.
Inicialmente a reformulação custaria R$ 79.934.920,45, valor que sofreu reajuste em março de 2020 e passou para R$ 93.892.194,54. A justificativa da construtora foi a de imprevistos na obra e alterações do projeto da praça de esportes e sistema de fontes.
A obra teve um novo adicional, devido ao “reajuste previsto no contrato para obras, com base na lei de licitações para caso de obras com duração superior a 12 meses”, segundo justificou a Siurb à época. Com isso, a obra chegou aos R$ 105,6 milhões, um terço acima do valor original.
A readequação do vale do Anhangabaú tinha previsão inicial de entrega para junho de 2020, um ano após o início das obras. O prazo mudou para 21 de setembro, acabou passando para 31 de outubro e a nova previsão era entregar no final de dezembro de 2020; mas acabou ficando para final de janeiro de 2021.
Na chamada operação assistida usada como justificativa para que a entrega das novas seja adiada novamente, as fontes e os novos equipamentos do espaço passam por testes para verificar se estão funcionando corretamente. O projeto de reforma do Vale do Anhangabaú incluía a instalação de 805 fontes, 303 pontos de iluminação, pista de skate e 12 quiosques que ofertarão serviços diversos.
Em licitação cujo resultado foi divulgado em outubro do ano passado, a prefeitura escolheu o consórcio Viaduto do Chá, composto pelas empresas G2P Partners e GMCOM Eventos e Projetos Especiais, para administrar comercialmente o local. O valor da concessão ficou em R$ 6,5 milhões, o equivalente a 6,20% dos R$ 105,6 milhões gastos na obra.
Resposta
Em nota, a prefeitura, por meio da Siurb, disse que, apesar do vale do Anhangabaú ainda não estar aberto, não há atraso. “A obra foi concluída no dia 30 de outubro. A partir desta data foi iniciada a operação assistida pelo consórcio responsável pelos serviços para certificar que, na entrega definitiva, todos os novos equipamentos, entre eles as fontes de água, funcionem perfeitamente”, informa o texto.
A prefeitura disse ainda que o vale do Anhangabaú permanece fechado devido ao agravamento do número de casos de pessoas infectadas pelo COVID-19. Apesar da publicação do Diário Oficial indicar que a obra estará concluída no dia 31 de março, a nota não informa a data exata para abertura ao público.
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.