Entrega das obras no vale do Anhangabaú sofre novo atraso

Reformas na região central de São Paulo, que deveriam ter ficado prontas em junho do ano passado, agora são prometidas para o fim deste mês

Gabriela Bonin
São Paulo

A Prefeitura de São Paulo, gestão Bruno Covas (PSDB), prorrogou por mais 30 dias o prazo da entrega da reforma do vale do Anhangabaú, na região central da cidade. A obra, iniciada em junho de 2019, já custa R$ 105,6 milhões aos cofres públicos.

A previsão inicial era de que a entrega ocorresse um ano após o início das obras, ou seja, em junho de 2020. O prazo foi estendido para 21 de setembro, mas acabou adiado para 31 de outubro e depois foi novamente prorrogado por mais 60 dias.

Com a mais recente ampliação do prazo, a data limite de execução da obra passa a ser 31 de janeiro. O pedido de adiamento foi feito pelo Consórcio Central, empresa responsável pela obra, segundo a prefeitura, e a autorização foi publicada no Diário Oficial de 29 de dezembro.

O valor inicial para a reformulação do local era de R$ 79.934.920,45, mas foi reajustado para R$ 93.892.194,54 em março do ano passado, um aumento de 17,4%. Na ocasião, o consórcio informou que o aumento do custo foi causado por imprevistos na obra e alterações do projeto da praça de esportes e adequação do sistema de fontes.

Em nota, a prefeitura disse que “o vale do Anhangabaú permanecerá fechado devido ao agravamento do número de casos de pessoas infectadas pelo Covid-19”. Segundo a administração, “a prorrogação do contrato foi necessária para dar continuidade à operação assistida”.

A operação assistida faz referência ao período solicitado pela empresa para adequação das fontes instaladas no local.

Segundo o projeto, o vale do Anhangabaú contará com 805 fontes, 303 pontos de iluminação, pista de skate, 12 quiosques (que futuramente vão abrigar serviços, comércio, alimentação e sanitários) e bancos.

Nos próximos dez anos, o vale do Anhangabaú será administrado pela iniciativa privada. Em outubro, a prefeitura finalizou a licitação da região e definiu que o consórcio Viaduto do Chá, formado pelas empresas G2P Partners e GMCOM Eventos e Projetos Especiais, poderá administrar comercialmente o local.

Durante a campanha eleitoral, o prefeito reeleito Bruno Covas recebeu duras críticas de adversários que compararam o valor da concessão, de R$ 6,5 milhões, ao custo da reforma.

O local vem sofrendo com seguidos alagamentos. Na semana passada, o túnel Papa João Paulo 2º, que fica próximo, teve de ser interditado.

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