Uma ajudante geral de 30 anos foi presa, na noite desta quarta-feira (3), na região do bairro Cangaíba (zona leste da capital paulista), suspeita de envolvimento na morte do guarda-civil metropolitano Marcos Roberto da Cruz, 52, cujo corpo foi encontrado amarrado, enrolado em cobertores, por volta das 11h50 de segunda-feira (1º), perto do acesso à ponte Aricanduva, na zona norte da cidade.
Segundo a polícia, nenhum advogado havia se apresentado como defensor da mulher até a publicação desta reportagem. Ela e o guarda não eram casados, mas conviviam juntos, também de acordo com a polícia.
Enrolado em quatro mantas, o corpo de Cruz estava com as pernas amarradas por fitas plásticas verdes e uma corda, além de apresentar ferimentos semelhantes aos provocados por mordidas no antebraço esquerdo, arranhões no pescoço e na nuca, e lesões na cabeça, segundo registrado pelo DHPP (Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa).
No local do crime, policiais civis constataram que suspeitos tentaram jogar o corpo do guarda no rio Tietê. A altura do gradil, que impede acesso ao rio, porém, teria dificultado a ação, conforme foi registrado em boletim de ocorrência do 10º DP (Penha). Uma mancha de sangue também foi identificada perto da grade.
Logo após a identificação do corpo, investigadores do DHPP rumaram à favela “Esmaga Sapo”, na Penha (zona leste), onde a vítima vivia em um barraco com a ajudante geral, que não estava no imóvel na ocasião. Policiais acharam no local fitas adesivas semelhantes às encontradas no corpo de Cruz. Também viram uma mancha de sangue.
Em uma carroça usada para carregar materiais recicláveis, estacionada em frente à favela, os policiais novamente acharam fitas plásticas, parecidas com as encontradas no barraco e no corpo do GCM. Todo material foi apreendido e é submetido a análise pelo Instituto de Criminalística.
Com base nas provas coletadas e pelo fato de não ter localizado a suspeita, logo após o encontro do corpo de Cruz, o departamento de homicídios solicitou a prisão temporária da mulher, que foi expedida pela Justiça, com prazo de 15 dias.
Com este documento em mãos, investigadores do 10º DP encontraram e prenderam a companheira do GCM na noite desta quarta, em um barraco na favela "Caixa D’ Água", na zona leste.
Informalmente à Polícia Civil, logo após sua prisão, a mulher alegou ter brigado em casa com o GCM, na segunda-feira. Durante a discussão, por volta das 10h50, segundo boletim de ocorrência, relatado por testemunhas a policiais militares, Cruz teria caído do segundo para o primeiro piso do barraco, por uma escada, e morrido. A causa da morte ainda é apurada pelo IML (Instituto Médico Legal).
Dois filhos do GCM, de outro relacionamento, afirmaram à polícia que o pai tinha problemas de convivência com a ajudante geral. Um boletim de ocorrência em que ela é suspeita de atacar Cruz, usando uma faca, foi registrado ano passado pelo 73º DP (Jaçanã).
A mulher ainda irá prestar depoimento formalmente à 3ª Delegacia de Polícia de Repressão a Homicídios Múltiplos, da Divisão de Homicídios do DHPP. O caso foi registrado como homicídio simples.
A Secretaria Municipal de Segurança Urbana, gestão Bruno Covas (PSDB), afirmou que o guarda era classe especial e trabalhava na corporação há 19 anos.
A GCM acrescentou ter prestado "todo apoio aos familiares" de Marcos Cruz, "desde a liberação do corpo junto ao IML [Instituto Médico Legal] até o sepultamento", diz trecho de nota, na qual ainda consta a oferta de apoio psicológico aos parentes do guarda.
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