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Eventual falta de doses é porque São Paulo vacinou pessoas de outras cidades, diz secretário

Para minimizar falta de imunizantes, segunda dose é aplicada apenas nos postos de saúde

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São Paulo

O secretário municipal da Saúde de São Paulo, Edson Aparecido, gestão Bruno Covas (PSDB), afirmou nesta quinta-feira (29) que "faltas pontuais" de segunda dose da vacina contra a Covid-19 ocorrem pelo fato de o imunizante ser aplicado em pessoas de outros municípios, onde há escassez do reforço. Por isso, segundo o secretário, os idosos acabam vindo para a capital em busca da vacinação.

Como forma de minimizar os impactos e eventuais faltas de doses, os drive-thrus estão proibidos de aplicar o reforço, que atualmente é administrado exclusivamente em UBSs (Unidades Básicas de Saúde) ou em AMAs.

Profissional de saúde prepara dose da vacina contra a Covid-19 na praça Dom Orione, na Bela Vista, região central de São Paulo - Zanone Fraissat - 22.abr.2021/Folhapress

“Não temos o número de quantas pessoas de fora de São Paulo se vacinaram na cidade, pois não é pedido a elas comprovante de residência [no momento da vacinação]. Sabemos que pessoas de fora buscam a cidade, pois há excedente de doses aplicadas em algumas faixas etárias no município”, afirmou Aparecido, durante entrega de miniusina de oxigênio.

Em fevereiro deste ano, a Prefeitura de São Paulo afirmou ter vacinado cerca de 34 mil pessoas acima de 90 anos. O dado ultrapassou em mil o número de idosos nesta faixa etária residente na capital.

Aparecido destacou “serem pontuais” as eventuais faltas de segunda dose, acrescentando que a Saúde consegue, em até 48 horas, garantir a aplicação de imunizante nestes casos excepcionais.

“O que garantiu a cidade [de ter doses] foi o fato de não usar vacinas destinadas como segunda dose, para fazer a primeira imunização, como foi recomendado pelo Ministério da Saúde. Resguardamos a segunda dose, para a segunda dose. Isso nos ajudou a evitar o que muitas cidades passam agora [falta de vacina]”, afirmou.

Aparecido reforçou que o município está em contato com o consulado cubano, por meio da Secretaria Municipal de Relações Internacionais, com o qual negocia futuras compras de vacina Soberana 2, além de também negociar eventuais futuras remessas de imunizantes com a Jansen, Astrazeneca e Pfizer.

Da Pfizer, o município irá receber 135 mil doses, segundo a prefeitura, de um lote que chegará ao Brasil nesta quinta-feira. O governo ainda irá definir qual perfil de público será imunizado com essas vacinas.

“Iniciamos negocião com vários laboratórios, com aval do prefeito. Sabemos que eles fornecem, no momento, as vacinas para planos nacionais, por meio dos ministérios da Saúde de cada país. Mas trocamos documentos com eles para, na hora de comprar, estar com todo o processo de aquisição adiantado”, explicou.

Aparecido disse ainda que, com isso, a prefeitura já pode contar “com um leque de opções” para adquirir imunizantes. A prefeitura, acrescentou, já reservou recursos para isso, sem informar quanto. “Mas ainda este é o momento inicial nesse processo de negociação”, ressaltou.

O secretário da Saúde acompanhou, nesta quinta, o primeiro dia de vacinação de pessoas com 63 anos, na Subprefeitura de Itaim Paulista (zona leste), onde funciona o sistema drive-thru. A estimativa é a de que 116 mil nesta faixa etária sejam imunizados na cidade.

Entre 8h e 10h17, dez pessoas estiveram com seus carros pelo local, como o policial militar aposentado Airton de Freitas, 63.

Ele afirmou ter passado no posto de vacinação ao visualizar que o local estava vazio. “Minha rotina, por causa de alguns trabalhos que faço, não mudou por causa da pandemia, tirando os protocolos sanitários que sigo desde então. Mas ser vacinado agora e daqui há três meses vai garantir segurança para mim e para minha família”, afirmou, se referindo à dose da Oxford/Astrazenica, usada no posto da zona leste.

Ele acrescentou que alguns parentes tiveram Covid-19 e que, há cerca de 15 dias, uma cunhada morreu por causa do vírus.

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