Pelo segundo ano consecutivo, a celebração da Paixão do Senhor teve que ser acompanhada pela televisão para a maioria dos católicos por causa da pandemia. Sem poder estar junto da família ou da comunidade, a professora Ana Maria Galiano Ramalho, 58, acompanhou a cerimônia transmitida diretamente da basílica de Aparecida pela televisão.
"É muito diferente. A gente se sente muito triste, porque, por mais que participe pela TV, não é a mesma coisa de estar presente na igreja", conta Ana Maria. Ela, que costumava participar das missas na paróquia São José de Anchieta, no Jardim Vera Cruz, zona leste, diz que sente muita falta da convivência na comunidade. Este ano, ela passou a Sexta-Feira Santa só com um filho.
Sem contato próximo com a família e os amigos, o jeito é recorrer às mensagens em redes sociais. Pela televisão, ela diz que até é possível se emocionar com a celebração, uma das datas mais importantes para o catolicismo. "Especialmente quando a gente lembra da igreja lotadíssima."
Cristiane Albino, 45, também celebrou a Paixão do Senhor pela televisão. A moradora do Jardim Rodolfo Pirani, região de São Rafael, também na zona leste, diz que essa é uma missão difícil, porque sempre gostou de frequentar diferentes paróquias para conhecer pessoas e celebrantes diferentes. Com a pandemia, tem ficado restrita em casa há mais de um ano.
"É ruim porque a gente não sente o calor humano. Depende muito do estado espiritual da gente, então entende que não dá [para estar junto] e tenta se aprofundar no sentimento", diz Cristiane, que está desempregada atualmente.
Focar no significado da Páscoa, no sacrifício de Jesus e na renovação da fé, segundo ela, é o que ajuda a superar a situação atual, pensando em um dia voltar às celebrações presenciais como antes. "A gente tem que ficar mais forte. Não pode cair."
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