O Oscar chega neste domingo (25) à 93ª cerimônia com a expectativa de uma festa diferente da tradicional celebração do cinema. A começar pela data. Com o calendário de estreias afetado pela pandemia, foi preciso transferir a festa para abril.
Outra mudança acontecerá no tapete vermelho: haverá menos fotógrafos e entrevistadores. Toda a cerimônia será presencial, ao contrário de prêmios em que os vencedores interagiram por vídeo.
A festa terá várias locações em Los Angeles e conexões em Paris, Londres e Nova York, para facilitar a presença dos convidados.
E, para entrar no clima, confira curiosidades sobre os mais de 90 anos de Oscar.
A PRIMEIRA CERIMÔNIA
No dia 16 de maio de 1929, 270 pessoas, a maioria integrante da Academia de Cinema norte-americana, participaram do jantar que marcou a primeira premiação do Oscar, no Hollywood Roosevelt Hotel, em Los Angeles. A maioria era integrante da Academia; seus convidados tiveram de pagar uma pequena entrada. Foram concedidos 12 prêmios, entre eles, pela única vez na história, melhor direção de comédia e melhor direção de drama. Todos foram anunciados para a imprensa três meses antes. O vencedor de melhor filme foi o longa “Asas”. Somente a partir de 1941 os premiados passaram a ser mantidos em segredo, para serem revelados na cerimônia.
O PERÍODO DA SEGUNDA GUERRA
As cerimônias do Oscar foram mais austeras nos anos da Segunda Guerra Mundial. Em 1942, meses após o ataque a Pearl Harbor, quando os EUA entraram no conflito, cogitou-se cancelar a premiação. Ela foi mantida, mas com mudanças. Os trajes pomposos foram proibidos e a cerimônia foi chamada de jantar, em vez de banquete. Do lado de fora do local da festa, nada de holofotes. O ano seguinte foi o último com jantar. A Academia avaliou que seria insensível realizar ceias com o país em guerra. Em 1944, a premiação foi transferida para um teatro.
A RECUSA DE MARLON BRANDO
Em 1973, Brando foi escolhido o melhor ator por “O Poderoso Chefão”. Mas não foi à cerimônia e recusou o prêmio em protesto contra o tratamento dado aos índios norte-americanos na indústria do entretenimento. Em seu lugar, a ativista apache Sacheen Littlefeather subiu ao palco com um discurso que levaria minutos, mas não pode lê-lo, pois a Academia reduziu seu tempo a 45 segundos. Posteriormente, a imprensa publicou o texto.
A ESTATUETA
Nome oficial: Academy Award® of Merit
Apelido: Oscar, adotado oficialmente em 1939
Origem do apelido: há várias versões. Segundo uma delas, uma bibliotecária da Academia, ao ver a estatueta, disse que ela se parecia com seu tio Oscar
O que significa: é uma figura estilizada de um cavaleiro segurando uma espada, em pé, sobre um rolo de filme com cinco raios, que simbolizam os profissionais que fundaram a Academia (atores, diretores, produtores, técnicos e escritores)
Quem criou: Cedric Gibbons, chefe da direção de arte da MGM
Desde quando: é concedida desde 1929. Na Segunda Guerra Mundial, por causa da falta de material, a estatueta foi feita de gesso pintado por três anos. Ao final do conflito, os vencedores foram convidados a trocá-las pelas originais de bronze
Do que é feita: de bronze maciço, banhado com ouro 24 quilates
Peso: 3,8 kg
Altura: 34 cm
PRIMEIRO NEGRO
Em 1964, Sidney Poitier tornou-se o primeiro ator negro a receber um Oscar, como coadjuvante em “Uma Voz nas Sombras”. Ao subir ao palco, além da estatueta, recebeu da atriz Anne Bancroft, que apresentou o prêmio, um beijo no rosto, escandalizando o público mais conservador dos EUA que acompanhava a cerimônia pela TV.
NA TELEVISÃO
O Oscar foi transmitido pela TV pela primeira vez em 1953, para o público nos Estados Unidos e no Canadá. Em 1966, a transmissão passou a ser a cores. Três anos depois, todo o mundo pôde assistir à premiação pela TV.
EMPATES NA HISTÓRIA
Em 92 anos, seis empates aconteceram no Oscar. O primeiro em 1933, para o melhor ator, com Fredric March (“Dr. Jekyll e Mr. Hyde”) e Wallace Beery (“O Campeão”). Em 1969, foi a vez de Barbra Streisand (“Funny Girl”) e Katharine Hepburn (“O Leão no Inverno”), no prêmio de melhor atriz.
ADIAMENTOS
Não foi somente a pandemia do coronavírus que causou mudanças na data da premiação. Em 1938, a cerimônia foi adiada em uma semana por causa das chuvas e enchentes que atingiam Los Angeles. Em 1968, a data mudou de 8 de abril para 10 de abril, em respeito ao funeral do líder do movimento dos direitos civis Martin Luther King, marcado para o dia 9. Em 1981, a tentativa de assassinato do então presidente Ronald Reagan atrasou a premiação em um dia.
A MAIOR GAFE DA HISTÓRIA
Em 2017, os atores Faye Dunaway e Warren Beatty anunciaram o prêmio de melhor filme para “La La Land”. Quando a equipe do longa já estava no palco fazendo os agradecimentos, veio o aviso: o vencedor, na verdade, era “Moonlight”. Beatty e Faye haviam recebido o envelope que indicava o nome da melhor atriz, Emma Stone, por “La La Land”.
21
indicações recebeu Meryl Streep, recordista de nomeações entre os atores
11 estatuetas
receberam os maiores ganhadores do Oscar: “Ben Hur”, em 1960, “Titanic”, em 1997, e “O Senhor dos Anéis - O Retorno do Rei”, em 2004
3.000
estatuetas já foram concedidas desde a primeira noite do Oscar, em 1929
DISCURSOS
Joe Pesci fez um dos discursos mais curtos do Oscar. Premiado por “Os Bons Companheiros”, em 1991, disse: “Foi um privilégio. Obrigado”. Já Tom Hanks homenageou um professor gay ao ganhar a estatueta por “Philadelfia”, em 1993. A situação inspirou a comédia “Será que Ele É?”, em que um docente questiona sua sexualidade após discurso de um ex-aluno.
PRIMEIRAS CRÍTICAS
Em 1935, a Academia foi bombardeada por críticas ao não indicar Bette Davis (“Escravos do Desejo”) e Myrna Loy (“A Ceia dos Acusados”) ao prêmio de melhor atriz. Para aliviar a crise, a Academia permitiu o voto em nomes que não apareciam na cédula. Bette foi bem votada, mas perdeu para Claudette Colbert, por “Aconteceu Naquela Noite”.
GREVE DOS ROTEIRISTAS
Em 2008, uma greve de roteiristas colocou em risco a cerimônia do Oscar. Eles reivindicavam porcentagem maior sobre a venda das produções. Em apoio aos colegas, os atores esvaziaram a premiação do Globo de Ouro. Um acordo fechado apenas 12 dias antes garantiu o Oscar. Estima-se que, em cem dias de greve, Hollywood teve R$ 2,1 bilhões de prejuízo.
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