Descrição de chapéu mostra de cinema

Nas telas, com muito estilo

A nova versão de Cruella, com Emma Stone, estreou nos cinemas com boas avaliações e destaque para o seu figurino; veja as roupas de filmes clássicos

São Paulo

A nova versão de “Cruella”, com Emma Stone no papel título, estreou há poucas semanas nos cinemas com boas avaliações e um grande destaque, seu figurino.

Para criar os looks do filme, a figurinista Jenny Beavan usou referências do punk (a história se passa na Londres dos anos 1970) e se inspirou em estilistas como Vivienne Westewood e Alexander McQueen, em mais um exemplo da relação íntima entre o cinema e a moda.

Mulher branca com vestido vermelho e máscara preta em festa
Cena de 'Cruella', de Craig Gillespie. Na foto, Emma Stone interpreta a protagonista - Reprodução/Imdb

Os figurinos são sempre importantes para a ambientação e definição do perfil dos personagens, mas alguns ultrapassaram essa finalidade e se tornaram ícones fashion, assim como os atores e atrizes que os vestiram. São muitos os exemplos.

Um dos mais citados é o de Audrey Hepburn, imortalizada no pretinho de “Bonequinha de Luxo” (1961) ou nos vestidos de “Sabrina” e “Cinderela em Paris” (1957). Todos são criações de Hubert de Givenchy, que formou com a atriz uma das principais parcerias entre Hollywood e a moda. Confira alguns figurinos inesquecíveis do cinema.

GLAMOUR EM MÔNACO

A atriz Grace Kelly em cena de "Ladrão de Casaca"
A atriz Grace Kelly em cena de "Ladrão de Casaca" - Divulgação

A estilista super premiada Edith Head foi a responsável pelo figurino de “Ladrão de Casaca” (1955). Ela é recordista tanto de indicações ao Oscar de melhor figurino (35) quanto de estatuetas (8) nos mais de 90 anos da premiação. Uma de suas indicações foi pelo filme de Alfred Hitchcock, com quem manteve uma parceria em dez longas. Em “Ladrão”, vestiu Grace Kelly com uma elegância fria, a pedido do diretor inglês. Entre as roupas memoráveis do filme estão o traje de banho usado pela atriz nas areias de Mônaco, o vestido dourado de lamê para uma festa a fantasia e os longos azul e branco. Edith, que já havia trabalhado com Grace em “Janela Indiscreta” (1954), dizia que a atriz era sua estrela preferida.

ELEGÂNCIA ITALIANA

Anita Ekberg em "La Dolce Vita", de Federico Fellini (1960) - Collection Christophel

O clássico “A Doce Vida” (1960), de Federico Fellini, recebeu o Oscar de melhor figurino em 1962, na categoria preto e branco. O prêmio foi concedido a Piero Gherardi, colaborador frequente do diretor italiano e também oscarizado pelo figurino de “Oito e Meio” (1963). Um dos trajes icônicos do filme é o longa preto usado por Anita Ekberg na cena da Fontana di Trevi, em Roma. O vestido, com uma saia em camadas, foi criado pela primeira casa de moda italiana, a Sorelle Fontana. Capitaneada por três irmãs estilistas, Giovanna, Zoe e Micol, a casa ficou famosa nos anos 1950 e 1960 por vestir estrelas hollywoodianas como Rita Hayworth, Elizabeth Taylor, Grace Kelly, Sophia Lore, Ava Gardner e Audrey Hepburn.

O FUTURO NAS TELAS

Cena do filme "2001, Uma Odisseia no Espaço"
Cena do filme "2001, Uma Odisseia no Espaço" - Divulgação

O estilista da rainha Elizabeth está por trás do figurino de “2001, Uma Odisseia no Espaço” (1968), de Stanley Kubrick. Era Hardy Amies, morto em 2003, que por décadas vestiu a realeza britânica. Convidado pelo diretor, ele deu às roupas do filme o ar futurista dos anos 1960. Criou ternos que poderiam ser usados em terra, uniformes das aeromoças e os trajes espaciais coloridos, entre outros. Em entrevista ao The Guardian, o curador dos arquivos do estilista, Austin Mutti-Mewes, cogitou uma possível influência de Amies no filme para além dos figurinos. “Hardy sempre disse que o vermelho era a cor mais masculina”, afirmou, ao lembrar que a cor predomina em várias cenas de “2001”.

ÁFRICA EM HOLLYWOOD

Cena do filme "Pantera Negra"
Cena do filme "Pantera Negra" - Divulgação

“Pantera Negra” (2018) fez história por ser um blockbuster com o elenco predominantemente negro. Não foi diferente com seu figurino afrofuturista, sob responsabilidade de Ruth E. Carter. Para criar os trajes, ela usou tecidos do Mali, do Quênia, do Zimbábue, da África do Sul e da Etiópia. Suas assistentes viajaram a África fotografando e colecionando acessórios. O objetivo era usar a tradição e transformá-la em algo novo. Para isso, Ruth e sua equipe criaram tecidos e usaram impressoras 3D na elaboração de algumas roupas. Pelo trabalho, ela recebeu o Oscar de melhor figurino em 2019, tornando-se a primeira negra premiada nesta categoria. Ruth já havia sido indicada por “Amistad” (1997) e “Malcom X” (1992).

ÍCONE SETENTISTA

Pam Grier em "Coffy", 1973 - Divulgação

Primeira afro-americana a estrelar um filme de ação nos Estados Unidos e rainha dos filmes do movimento cinematográfico blaxploitation. A atriz Pam Grier, hoje com 72 anos, foi tudo isso, mas também se tornou um ícone fashion dos anos 1970, graças a seus personagens em longas como “Coffy, Em Busca de Vingança” (1973) e “Foxy Brown” (1974). Seus figurinos eram puro estilo setentista, com minivestidos, botas, tops, vestidos frente única, calças jeans e o macacão vermelho usado em “Foxy”. Nos looks das personagens não faltavam acessórios com argolas e brincos de penas. E, claro, o poderoso black power, às vezes substituído por outros penteados.

HOMENAGEM A BRUCE LEE

Cinema: a atriz Uma Thurman, em cena do filme "Kill Bill", do diretor Quentin Tarantino - Divulgação

A roupa da atriz Uma Thurman em uma das sequências já clássicas de “Kill Bill, Volume 1” (2003), de Quentin Tarantino, foi uma homenagem do diretor a Bruce Lee. O macacão amarelo, com listras pretas, é inspirado no usado pelo ator em “Jogo da Morte” (1978). Como em todos os seus filmes, Tarantino revisita e recicla gêneros e estéticas, o que não seria diferente com os figurinos. Além do macacão, a personagem de Uma dirige uma moto com o mesmo padrão de cores. O diretor já deu mostras de sua admiração por Lee. Afirmou que, se o ator estivesse vivo, gostaria que tivesse participado de “Kill Bill”. E em “Era Uma Vez em Hollywood” criou uma cena fictícia de luta em que Lee é um dos personagens.

ONDE VER

= LADRÃO DE CASACA (1955)  Telecine Play: grátis para assinantes; Apple TV: R$ 11,90 (aluguel)e R$ 24,90 (compra); Google Play: R$ 4,90 (compra) e R$ 24,90 (aluguel); Microsoft Store: R$ 5,90 (aluguel) e R$ 23,90 (compra)

= A DOCE VIDA (1960)  Telecine Play: grátis para assinantes

= 2001, UMA ODISSEIA NO ESPAÇO (1968)  HBO GO: grátis para assinantes; Apple TV: R$ 7,90 (aluguel)e R$ 19,90 (compra); Google Play: R$ 7,90 (compra) e R$ 19,90 (aluguel); Microsoft Store: R$ 7,90 (aluguel) e R$ 19,90 (compra); Looke: R$ 7,99 (aluguel)

= FOXY BROWN (1974)  Telecine Play: grátis para assinantes

= KILL BILL, VOLUME 1 (2003)  Apple TV: R$ 11,90 (aluguel)e R$ 24,90 (compra); Telecine Play: grátis para assinantes, Google Play: R$ 4,90 (compra) e R$ 29,90 (aluguel); Microsoft Store: R$ 4,90 (aluguel) e R$ 24,90 (compra); Looke: R$ 7,99 (aluguel) e R$ 29,99 (compra)

= PANTERA NEGRA (2018)  Disney+: grátis para assinantes

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