Voltaire de Souza: Salvemos os dálmatas

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Voltaire de Souza

Charme. Sensualidade. Mistério.
O cinema é, ainda, a melhor diversão.
A bela atriz Emma Stone assume um novo papel.
Cruella.
A perigosa personagem que não gostava de dálmatas.
Os cabelos a tornam inconfundível.
Metade branca, metade preta.
O famoso estilista Kuko Jimenez acompanhava com atenção.
—Taí. Esse é o visual.
Ele preparava um novo desfile.
O pincel mágico trabalhava freneticamente sobre o bloco de anotações.
—As máscaras. Metade brancas, metade pretas.
Ele pensou mais um pouco.
—Combinando com o cabelo.
Frio. Inverno. Garoa.
—A botinha vai ser tipo pele de dálmata.
Branca. Com manchas pretas.
—Maquiagem… copio a da Emma Stone.
Toques de vermelho e preto.
—Homenageio também a conquista do meu time.
O São Paulo Futebol Clube captura o Paulistão.
A imaginação de Kuko se incendiava.
Veio a visão misteriosa.
—Cruella… é você?
Emma Stone mostrava um sorriso malévolo.
—Vem cá, meu pet.
—Mas os cabelos…
Em vez de preto e branco, eram verde e amarelo.
—Versão nacional… Prontinha para te levar na UTI.
Era a febre. A Covid.
Dálmatas se salvam.
Seres humanos, nem sempre.

Emma Stone e os dálmatas em cena do filme 'Cruella'
Emma Stone e os dálmatas em cena do filme 'Cruella' - Reprodução/IMDb
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