O cineasta Brian de Palma já disse, citando Alfred Hitchcock, que criar a atmosfera da cena, o suspense, fazer o espectador imaginar o que acontecerá, é tão importante quanto a ação em si. Pois o diretor John Krasinski mostra mais uma vez que aprendeu a lição em “Um Lugar Silencioso 2”, sequência do filme de 2018.
Nos dois longas, a Terra sofreu uma invasão alienígena e os humanos lutam em silêncio para sobreviver. Isso porque os extraterrestres são cegos, mas têm a audição extremamente apurada, que os ajuda a caçar suas presas, no caso, os seres humanos. Qualquer barulho pode alertá-los.
É neste contexto que, no primeiro filme, vive a família de John (Krasinski) e Evelyn (Emily Blunt, mulher do diretor). Eles moram em uma fazenda com os filhos Marcus e Regan, uma garota com deficiência auditiva. A língua de sinais, usada por eles para se comunicar com Regan, ajuda a família a sobreviver em um mundo que tem de ser silencioso.
Após sucesso de público e crítica, a sequência do filme foi lógica. A continuação deveria estrear em 2020, mas a pandemia adiou mais de uma vez sua chegada aos cinemas, finalmente marcada para o dia 22 (quinta-feira).
No segundo filme, Krasinski mostra o início da invasão alienígena e depois desloca a ação para acontecimentos logo após o final do primeiro longa.
Desta vez, a família não está mais isolada na fazenda e, além dos alienígenas, tem de lidar com outros humanos sobreviventes. Os filhos mostram-se amadurecidos, e a importância de Regan na trama cresce.
Krasinski mantém o suspense durante todo o longa, levando o público muitas vezes a pular na cadeira. Também insere detalhes que remetem ao primeiro filme, como um brinquedo em uma loja na sequência inicial.
E como no longa de 2018, “Um Lugar Silencioso 2” mostra a importância do som para o cinema. Assim como “O Som do Metal”, vencedor do Oscar da categoria neste ano, em várias sequências o que o espectador ouve é a perspectiva de Regan, a garota que sempre viveu no silêncio.
A seguir, confira outros filmes que mostraram a Terra em perigo diante de uma invasão alienígena (os preços e a disponibilidade nos serviços de streaming foram pesquisados no dia 15 de julho).
'Guerra dos Mundos' já ganhou duas versões
O cinema já fantasiou inúmeras vezes como seria uma invasão alienígena na Terra. Uma das fontes usada mais de uma vez é “Guerra dos Mundos”, de H.G. Wells. Após a versão de Orson Welles para o rádio aterrorizar os EUA em 1938, a obra chegou às telas em 1953, sob a direção de Byron Haskin.
Na trama, um objeto cai do espaço em uma cidade da Califórnia e logo a curiosidade de moradores e cientistas é substituída pela constatação de que o planeta está sob ataque de extraterrestres. Filmado em technicolor, o longa recebeu o Oscar de efeitos especiais em 1954.
Décadas depois, foi a vez de Steven Spielberg fazer sua versão de “Guerra dos Mundos”, com Tom Cruise interpretando um pai que tenta salvar os filhos do fim do mundo. Os alienígenas são frequentes nas obras de Spielberg, mas, ao contrário de “ET” e “Contatos Imediatos de Terceiro Grau”, por exemplo, em “Guerra” eles não são nada amistosos ou fofinhos.
GUERRA DOS MUNDOS (1953)
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GUERRA DOS MUNDOS (2005)
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'Marte Ataca!' é homenagem a Wood e aos filmes B
Em 1996, Tim Burton relembrou Ed Wood, conhecido como o pior cineasta da história, e os filmes B em “Marte Ataca!”. A admiração de Burton por Wood era conhecida: dois anos antes, ele havia dirigido a singela homenagem “Ed Wood”, com Johnny Depp no papel do cineasta.
Em “Marte Ataca!”, Burton reproduz os discos voadores que aparecem em “Plano 9 do Espaço Sideral” (1959), de Wood. Na versão de Burton, os marcianos são perigosos e nada amistosos, mas o diretor não dispensa um registro voltado para o humor.
O longa tem ainda Jack Nicholson como presidente dos EUA, talvez na melhor interpretação no cinema do poderoso mandatário. Simplesmente impagável.
Já Wood une alienígenas, zumbis e vampiros em seu filme mais famoso. Uma mistura que pode parecer esquisita, mas não para quem recebeu a alcunha de pior cineasta da história e se tornou um diretor cult com o passar dos anos.
MARTE ATACA! (1996)
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PLANO 9 DO ESPAÇO SIDERAL (1959)
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Alienígenas estão disfarçados em ‘Eles Vivem’
O cultuado diretor John Carpenter fez em “Eles Vivem” (1988) a sua versão da invasão alienígena na Terra. No filme, os extraterrestres vivem disfarçados entre os humanos, com a intenção de explorar as pessoas e os recursos do planeta.
Eles são uma versão capitalista alienígena e usam mensagens subliminares para estimular o consumismo e a passividade entre os humanos. Mas há um grupo de resistência, que desenvolve óculos que, ao serem usados, revelam quem é extraterrestre. Eles buscam, então, uma forma de acordar toda a humanidade da exploração alienígena.
ELES VIVEM (1988)
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‘A Bolha’ tem McQueen em seu 1° protagonista
Um meteoro cai em uma pequena cidade dos Estados Unidos e dele sai uma criatura extraterrestre que engole a todos que estão em seu caminho. Esta é a trama do terror “A Bolha” (1958), filme em que o ator Steve McQueen interpretou um protagonista pela primeira vez.
O astro é o jovem Steve, que tenta alertar a cidadezinha, sem sucesso, o que culmina em um ataque da Bolha durante uma sessão de cinema.
Ao ser contratado, McQueen pôde escolher entre um pagamento de US$ 2.500 ou 10% dos lucros. Optou pelo primeiro, pois não tinha grandes expectativas de bilheteria. Ao final, o filme faturou US$ 4 milhões.
A BOLHA (1958)
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