Entusiasmo. Esperança. Medalhas.
O Brasil não vai mal nas Olimpíadas.
Raul era um empresário de sucesso.
—Na crise, a gente tem de aproveitar.
Ele atuava no ramo dos equipamentos esportivos.
—Sempre confiei no meu país.
A rede de lojas Calo, Suor e Companhia trazia decorações patrióticas.
—A gente tem de patrocinar uns atletas lá.
Mas tudo é uma corrida contra o tempo.
—Um deles ganha medalha, logo fica caro demais.
Raul sonhava em investir antes da competição.
—O cara assina o contrato baratinho… e se ganhar eu levo vantagem.
Ele tinha bastante senso prático.
—Também não quero fazer nenhuma aposta arriscada.
O melhor, aí, era consultar especialistas.
A astróloga argentina Madame Ramíris atendia Raul há muitos anos.
—Brasileros… si… van lebar mucho oro.
Os dedos recurvados de Madame Ramíris tocaram Raul.
—É con bocê, Raul.
O rapaz saiu do consultório com uma lista de atletas e ânimo no coração.
Não viu os assaltantes Vivinho e Bola Sete.
Rolex. Correntinha. Pulseira H.Stern.
Tudo de ouro. Levaram.
Esportes são importantes.
Mas cada um leva vantagem onde dá.