Custos. Gastos. Inflação.
Os preços sobem.
A popularidade do presidente desce.
Em Brasília, o clima era tenso.
—Precisamos reverter esse quadro.
O general Perácio convocou uma reunião.
—Estou aberto a sugestões.
Um ministro levantou a mão.
—Pode falar, Alfredinho.
—Põem sempre a culpa na economia...
Perácio fez cara feia.
—Não estou aqui para encontrar culpados.
O tapa estalou sobre a mesa de jacarandá.
—Não sou STF. Não sou imprensa.
Suspiros aliviados emitiram-se ao longo da mesa de reuniões.
—Não quero culpa. Quero solução.
—Exatamente, general. Mas como eu ia dizendo…
—Desembucha.
—A queda de popularidade tem outra explicação.
—Qual?
—As vacinas, general.
—O que é que tem?
—Quanto mais vacina, mais criticam o presidente.
O cérebro de Perácio fez a conexão necessária.
—Claro. Os comunistas.
—Chineses, general.
—Tem alguma coisa nessa vacina.
—Agindo na cabeça do nosso povo.
—Química mental.
—Hipnotismo na veia.
Perácio tomou a decisão.
—Vacina? Proíbe já.
—Isso, general. Pureza de sangue.
—Verde e amarelo. Sempre.
Vacinas são importantes.
Mas contra a burrice não há remédio.
Voltaire de Souza
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