A fonte da praça Júlio Mesquita, que fica na República, região central de São Paulo, continua cercada com tapumes de madeira e algumas placas de vidro, que sobraram após vândalos roubarem peças que faziam parte da estrutura, no mês passado.
A praça foi revitalizada há oito anos, mas enfrenta sérios problemas de degradação após ter sofrido atos de vandalismo e depredação. Em setembro, o Agora mostrou a situação do local e questionou a prefeitura sobre quais providências seriam tomadas.
Na época, a gestão Ricardo Nunes afirmou que "a praça e a fonte sofreram atos de vandalismo, com elementos furtados, que danificaram a estrutura do vidro e as luzes" e que "a recuperação das avarias demandou um projeto, que está em andamento, para a revitalização do local".
Porém, até o momento, pouco foi feito, como explica João Domingos Filho, de 68 anos, conhecido como Domingos Poeta. Ele é um dos membros dos Guardiões da Praça Júlio Mesquita e presidente da recém-criada Associação Amigos de Bairro de Campos Elíseos e Adjacências.
"Está tudo parado. Colocaram as placas lá dois dias depois da reportagem e só. Eu fui à subprefeitura, tive uma reunião com o responsável pela ordem de serviço da praça, e ele só me disse que estava em andamento e que o pessoal estava comprando o material e tudo, mas está parado", afirma Domingos.
O membro dos Guardiões da Praça ainda conta que, recentemente, moradores de rua da região tentaram retirar os tapumes para terem acesso à fonte e que ele mesmo teve que tomar providências.
"Ontem [segunda, 25], eu fui a uma loja aqui perto e comprei prego para arrumar os tapumes que eles colocaram para o pessoal não invadir a praça", conta Poeta.
Localizada entre a avenida São João, a alameda Barão de Limeira e a rua Vitória, a praça Júlio Mesquita foi fundada em meados do século 20 e a fonte Monumental foi instalada em 1927.
Vítima de atos de vandalismo, a praça é rodeada de hotéis, prédios residenciais e comércios. A população local reclama de descaso do poder público e pede que o projeto apontado pela prefeitura seja colocado em prática.
"Essa praça precisa ser cuidada, até porque ela valoriza a região, valoriza os imóveis ao seu redor, o comércio. Ela já foi tema de novela, de comercial de televisão, turistas vinham aqui. O que estamos pedindo não é muito, é só que cuidem dela, arrumem a fonte, coloquem uns bancos e pessoas para cuidar", diz Poeta, também presidente da Associação Amigos de Bairro de Campos Elíseos e Adjacências.
Há ainda a reclamação de que a base da GCM (Guarda Civil Metropolitana) que foi instalada no local, não tem contado com a presença dos agentes para fazer a segurança da praça.
Resposta
Questionada sobre a situação da praça Júlio Mesquita e sobre o motivo pelo qual a fonte está com uma barreira improvisada, a Prefeitura de São Paulo afirmou, por meio da Subprefeitura da Sé, que "a zeladoria da praça é feita diariamente. O Departamento do Patrimônio Histórico da Secretaria Municipal de Cultura, em conjunto com a Subprefeitura da Sé, realizou vistoria no local para averiguar o necessário para recompor a proteção da Fonte Monumental e sua reativação".
A gestão Ricardo Nunes também disse que "como medida emergencial, enquanto reavalia-se o projeto da estrutura de proteção da Fonte Monumental, bem como os recursos orçamentários necessários para viabilizar os serviços, a Subprefeitura da Sé colocou tapumes em parte da fonte, que teve a sua estrutura e vidros suprimidos, de modo a proteger a obra". Porém, não deu data específica nem detalhes de quando serão executados os reparos.
Sobre a reclamação da população em relação a ausência de agentes da GCM na base, a prefeitura afirma, por intermédio da Secretaria Municipal de Segurança Urbana, que a Guarda Civil Metropolitana realiza policiamento preventivo na Praça Júlio de Mesquita por meio de rondas motorizadas diuturnamente.
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.