Ainda dá tempo de se planejar para a aposentadoria
Reforma amplia a necessidade de poupar para não passar tanto aperto lá na frente
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Com a perspectiva de aprovação da reforma da Previdência, em que será necessário trabalhar mais tempo, depender somente do benefício previdenciário é cada vez mais arriscado. Além disso, ao pedir a aposentadoria, o segurado ainda tem que contar com a demora do INSS para liberar a renda, mesmo se já tiver cumprido os requisitos. O Agora traz dicas de especialistas para contribuir com um planejamento financeiro, ainda que tardio.
Não é mistério que, quanto mais cedo uma pessoa começa a fazer o pé-de-meia, maiores são as chances de ter um futuro financeiro mais tranquilo. Na prática, porém, não é tão simples. É comum não conhecer a fundo o próprio padrão de vida e perder de vista o quanto gasta, desde as despesas do dia a dia até as compras mais altas.
“O mesmo hábito de poupar também é o de gastar, mas a maioria não poupa”, diz o educador financeiro Reinaldo Domingos, do canal “Dinheiro à Vista”. Ele sugere que guardar grana, por menor que seja o valor, deveria ser como pagar uma conta. “E mesmo uma conta, como de luz, se reduzida, pode fazer uma diferença, ainda que pequena, no orçamento”, ensina.
E, pensando lá na frente, o quanto antes começar a contribuir com a Previdência, melhor. “É importante que o segurado entenda que, seja como contribuinte facultativo ou individual, pagar INSS garante benefícios que vão além da própria aposentadoria, como auxílio doença”, pontua a advogada Adriane Bramante, presidente do IBDP (Instituto Brasileiro de Direito Previdenciário).
A especialista lembra, ainda, que quanto maior a idade do segurado, mais caros são os planos de saúde, entre outros gastos que também aumentam naturalmente com o tempo.
Os autônomos ou contribuintes facultativos devem ter em mente que, quanto maior a contribuição, mais vantajoso será o salário de aposentadoria. “Para quem nunca se preocupou com isso, o primeiro passo é puxar o extrato do Cnis para conhecer seu patrimônio previdenciário e entender se precisa contribuir com um valor maior”, orienta a advogada Martha Gueller, do escritório Gueller e Vidutto.
PLANEJAMENTO FINANCEIRO | DICAS PARA OS SEGURADOS
1) Simule o valor da aposentadoria no site do INSS
- Acesse o site www.inss.gov.br e clique em “Todos os serviços aos Cidadãos”
- Na aba “Serviços”, no lado esquerdo, clique na opção “Simulações”
- Na página seguinte, no item 3, é possível simular o cálculo da renda mensal
- Preencha todas as informações solicitadas; depois, clique em “Não sou um robô” e, na sequência, em “Calcular renda mensal inicial”
Contribuições ao INSS
- O segurado que está prestes a se aposentar, mas percebe que o valor do benefício não é compatível com seu padrão de vida, tem como opção esperar um pouco mais para dar entrada na renda e, enquanto isso, aumentar o valor de suas contribuições
- Quem é autônomo não deve deixar de contribuir com o INSS, especialmente se conseguir efetuar pagamentos compatíveis com seus rendimentos
2) Tenha atenção especial aos gastos com saúde
- O aposentado precisará de consultas periódicas com diversos especialistas, além de ter de fazer exames com mais frequência
Como manter o plano da empresa
- Quem tem convênio empresarial com descontos mensais no salário poderá mantê-lo depois da aposentadoria
- O aposentado pagará todo o valor do plano, incluindo a parte do patrão
- Se ele contribuiu com o plano por dez anos ou mais, poderá manter o convênio por tempo indeterminado
- Se ele pagou o plano por menos de dez anos, manterá o convênio pela quantidade de anos que contribuiu
- Aposentados e demitidos podem mudar para qualquer convênio, independentemente do valor da mensalidade
Veja como economizar os remédios
- Os medicamentos de uso contínuo são entregues nos postos de saúde do SUS com a receita médica em nome do segurado
- Dependendo do medicamento, as farmácias de alto custo ou populares podem ajudar, caso os remédios não estejam disponíveis na rede pública
3) Faça um raio-X do padrão de vida
- Quem está para se aposentar deve fazer uma análise honesta da própria situação
- Não deixe escapar nada da ponta do lápis: gastos com água, luz, moradia, telefone, TV a cabo, internet, alimentação, saúde e lazer devem estar na conta
- Ao se perguntar se teria como se virar sem ajuda de parentes ou de outras pessoas caso opte por não continuar no mercado de trabalho, a resposta tem de ser sincera
- A solução é economizar e adequar o padrão de vida pensando em como será lá na frente
4) Hora de se aposentar
- Não peça o benefício às pressas só por medo da reforma da Previdência
- Quem tiver completado as condições de se aposentar até a aprovação final da reforma tem direito adquirido às regras atuais
5) Escolha a melhor opção de investimento
- Quem já tem um pé de meia e quer saber como investir a grana depois que se aposentar deve avaliar bem os riscos e as características de cada tipo de investimento
- Além da conhecida poupança, as aplicações em renda fixa, como CDB, são mais seguras e têm rentabilidade mais previsível
- Os títulos públicos como Tesouro Direto têm como vantagem fugir da inflação, mas é preciso escolher bem a instituição e se certificar sobre as taxas de custódia que podem ser cobradas
Fontes: INSS; Reinaldo Domingos, educador financeiro do canal “Dinheiro à Vista”; Danilo Ardenghi, sócio-fundador da plataforma de investimentos personalizados Mais Retorno; advogadas Adriane Bramante, Marta Gueller e reportagem