Caso a proposta da reforma da previdência do governo Bolsonaro seja aprovada, as alíquotas das contribuições previdenciárias dos trabalhadores ao INSS serão alteradas. Hoje, os empregados do setor privado recolhem de 8%, 9% ou 11%, dependendo do salário. A nova regra prevê alíquotas que variam de 7,5% a 14%.
Elas incidirão de forma progressiva, como na tabela do Imposto de Renda, ou seja, serão calculadas apenas sobre a parcela de salário que se enquadrar em cada faixa. Hoje, essas alíquotas incidem sobre todo o salário, dependendo do valor.
Pela nova regra, a alíquota mais baixa passará de 8% para 7,5% para quem ganha um salário mínimo, hoje em R$ 998. Os que recebem entre esse valor e R$ 2.000 recolherão 9%. Trabalhadores com salário entre R$ 2.000,01 e R$ 3.000 vão pagar 12%. Na parcela de salário que vai de R$ 3.000,01 a R$ 5.839,45, o atual teto do INSS, a alíquota fica em 14%. Os que ganham acima desse teto recolhem até esse limite, como na regra atual.
Com todas essas alterações, por exemplo, quem ganha R$ 3.000 atualmente se encaixa na alíquota de 11% (faixa 3) e tem R$ 300 descontados de INSS. Já com a nova regra, o trabalhador que recebe o mesmo valor passa para a alíquota de 9,5% (faixa 3) e terá R$ 285,03 retidos pelo INSS. Após isso, ainda será calculado o desconto do IR e, enfim, o trabalhador receberá o salário líquido.
Veja como será o desconto no salário
Salário (bruto) | Com descontos hoje | Após a reforma | Diferença |
998,00 | 918,16 | 923,15 | 0,54% |
1.498,00 | 1.378,16 | 1.378,15 | 0 |
1.998,00 | 1.818,18 | 1.833,15 | 0,82% |
2.498,00 | 2.245,49 | 2.245,53 | 0 |
2.998,00 | 2.610,90 | 2.652,53 | 1,59% |
3.498,00 | 3.001,04 | 3.026,58 | 0,85% |
3.998,00 | 3.379,29 | 3.392,08 | 0,38% |
4.498,00 | 3.738,63 | 3.738,66 | 0 |
4.998,00 | 4.083,50 | 4.071,91 | -0,28% |
5.498,00 | 4.416,94 | 4.395,23 | -0,49% |
5.998,00 | 4.752,21 | 4.723,07 | -0,61% |
6.498,00 | 5.114,71 | 5.085,57 | -0,57% |
6.998,00 | 5.477,21 | 5.448,07 | -0,53% |
7.498,00 | 5.839,71 | 5.810,57 | -0,50% |
7.998,00 | 6.202,21 | 6.173,07 | -0,47% |
8.498,00 | 6.564,71 | 6.535,57 | -0,44% |
8.998,00 | 6.927,21 | 6.898,07 | -0,42% |
9.498,00 | 7.289,71 | 7.260,57 | -0,40% |
9.998,00 | 7.652,21 | 7.623,07 | -0,38% |
FONTE: Ydileuse Martins, coordenadora da consultoria trabalhista da Sage Brasil
Calculadora
Para exemplificar, o INSS criou um site com uma calculadora especial onde os trabalhadores podem consultar qual o desconto do INSS atual e qual será o desconto após a reforma da Previdência.
- Acesse: servicos.gov.br/calculadora/calcular
- Escolha o setor em que você trabalha (privado ou público)
- Preenche o valor do seu salário atual
- Compare os descontos de hoje e os que valerão após a reforma
Servidor público
Já os servidores públicos terão alíquotas de 7,5% a 22%. Hoje, eles recolhem de 8 a 11% sobre todo o salário. Um servidor que ganha hoje R$ 10 mil recolhe R$ 1.100 de INSS dentro da alíquota máxima 11% (faixa única). Com a nova regra, ele seria enquadrado na alíquota 12,85% (faixa 6) e teria R$ 1.285,83 descontados.
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