INSS quer fazer prova de vida pelo celular do aposentado
Órgão estuda aplicar tecnologia de reconhecimento facial ainda neste ano
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O INSS estuda realizar até o fim deste ano a prova de vida anual de aposentados e pensionistas por reconhecimento facial ou outras formas de verificação biométrica por meio de telefone celular.
"Temos vários projetos para que se faça por celular, biometria facial, digital", afirmou o diretor de atendimento do INSS, Clóvis de Castro Júnior. "A prova de vida a gente quer automatizar ainda neste ano", disse.
Uma das possibilidades avaliadas pelo órgão para o reconhecimento a distância é o atendimento a segurados acamados, com dificuldade de locomoção ou residentes em áreas remotas.
"O mundo já tem tecnologia de biometria que permite fazer a prova de vida com o segurado na cama de um hospital", comentou Castro Júnior.
De acordo com ele, ao investir no atendimento remoto o INSS poderá evitar episódios como o ocorrido em 10 de julho, quando o professor Jorge Crim, 60 anos, cadeirante, precisou subir as escadas sentado para realizar uma perícia em uma agência do instituto no centro do Rio de Janeiro.
O vídeo do professor subindo as escadas foi compartilhado milhares de vezes na internet.
Hoje, a prova de vida é realizada preferencialmente nas agências bancárias, mas também pode ocorrer nas agências da Previdência para maiores de 60 anos mediante agendamento.
Segurados acima de 80 anos ou que não podem se deslocar por motivo de doença conseguem solicitar atendimento no domicílio.
A oferta de serviços pela internet ou telefone é a principal estratégia do INSS para a compensar a falta de funcionários, uma vez que não há expectativa de abertura de concurso público para a reposição dos servidores que se aposentam.
Desde o início do mês, o INSS oferece 90 atendimentos sem a necessidade da presença do segurado em uma agência, o que corresponde a quase todos os 96 serviços disponíveis ao cidadão.
As exceções são alguns casos de cumprimento de exigência (em que há necessidade de entrega de documentos nas agências), perícias médicas e, por enquanto, a prova de vida.
Entre 2018 e 2019, a média mensal de atendimentos a distância no INSS subiu de 6.000 para 130 mil.
Sistemas de reconhecimento facial já disponíveis no mercado poderiam aumentar a eficiência e a segurança da prova de vida do INSS, avalia Leonardo Gonçalves, diretor comercial da Certisign, empresa especializada em certificação digital.
"A tecnologia faz uma captura de milhares de pontos biométricos faciais, portanto, se uma pessoa faz modificações no rosto com o uso de perucas, barbas falsas, lentes de contato ou se esconde sob a identidade de alguém muito semelhante, o sistema detecta facilmente", explica Gonçalves.
Além de viável, segundo o especialista, o uso dessa tecnologia poderia beneficiar os segurados com dificuldades de locomoção.
"A prova de vida poderia ser realizada no local onde a pessoa estiver, por meio de seu próprio smartphone ou tablet, ou com a ajuda de um funcionário que se deslocaria até a residência do cidadão com um celular corporativo, disponibilizado pelo órgão público", diz.