Disparam as reclamações por cobranças nas contas de gás

Com preço alto, dois aumentos no ano e consumo maior no inverno, fatura chega a dobrar

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São Paulo

A conta de gás encanado pesou no bolso dos consumidores da Comgás, que tiveram dois aumentos neste ano, e também fez as queixas por cobrança dispararem no Procon-SP. 

De janeiro a setembro de 2019, as reclamações aumentaram 521% em relação a 2018. O órgão recebeu 609 queixas nos primeiros nove meses deste ano ante 98 no mesmo período de 2018.

Os problemas com a cobrança lideram o ranking de reclamações deste ano, isolados no primeiro lugar, com 484 casos. Também há queixas relacionadas à qualidade do serviço prestado e ao atendimento da empresa.

O Procon-SP lembra que, neste ano, foram aplicados o reajuste tarifário (que ocorre a cada cinco anos) mais o reajuste anual, que sofreu pressão dos altos preços de petróleo e dólar. 

Os aumentos deveriam ser de cerca de 40%, mas, em alguns casos, passam de 100%, afirma Renata Reis, coordenadora de atendimento do Procon-SP. A primeira alta na conta ocorreu em fevereiro deste ano, de 11%, para clientes residenciais. O segundo aumento foi no final de maio, de até 27%. As reclamações ao Procon são de residências e também de pequenos comércios. "Digamos que toda a sociedade foi afetada", afirma.

Renata diz que o órgão está analisando as queixas individualmente e solicitou à empresa resposta para cada uma delas. Além disso, o Procon quer que a Comgás aperfeiçoe o atendimento para que cada um entenda o valor final de sua conta. 

Antes de fazer a queixa, o consumidor deve verificar se houve alguma mudança de hábito. Caso isso não tenha ocorrido, é preciso procurar a empresa e, depois, se não houver resolução, o cliente pode registrar queixa no Procon. Para quem não vai conseguir pagar a conta, a Justiça é um dos caminhos, diz Renata.

Para reduzir o consumo, o órgão recomenda usar panelas tampadas, além de utilizar bocal proporcional ao tamanho da panela. 

Procurada, a Comgás informa que "a atualização nas tarifas é autorizada pela Arsesp (Agência Reguladora de Saneamento e Energia do Estado de SP)" e que "o custo do gás natural sofre alterações constantes". A nota diz ainda que há alta de consumo no inverno.

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