Saiba economizar ao comprar o presente de Dia da Criança

Compras para a data exigem planejamento dos adultos; criatividade também pode garantir bons momentos, sem gastar nada

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São Paulo

O Dia da Criança se aproxima e muitos adultos estão correndo contra o tempo para garantir o presente ideal. A expectativa é que neste ano os pais gastem, em média, R$ 206 em compras, segundo levantamento da Boa Vista, empresa que oferece soluções de análise de crédito. 

A pesquisa, feita com cerca de 600 consumidores em todo o Brasil, revelou um aumento de 8% em relação ao valor gasto no ano anterior. A alta é superior à inflação de 3,4% no período. 

Mas, em tempos de crise, é preciso usar a criatividade para não ficar com a corda no pescoço. E isso significa comprar algo que esteja dentro do orçamento. Os especialistas recomendam que os pais conversem com as crianças e façam uma pesquisa de preços para não colocar as finanças em risco. 

Com o presente em mente, é importante saber quanto vai gastar e, em seguida, buscar opções em lojas físicas e online. O valor muda muito de uma loja para outra, o que pode ajudar na hora de economizar.

Caso o desejo seja impossível para o bolso, é fundamental explicar as condições financeiras da família. 

Outra dica importante é não levar a criançada às compras. É comum elas mudarem de ideia e escolherem um presente mais caro - e muitos pais acabam cedendo. Não se deve esquecer que alguns brinquedos têm um custo adicional como, por exemplo, pilhas, baterias ou, até mesmo, o videogame, que necessariamente precisa ter o jogo. 

Esses custos extras devem compor o valor determinado para a compra do presente. E fuja dos produtos piratas. Apesar de serem mais baratos, eles não possuem selo do Inmetro e podem comprometer a segurança e a saúde da criança. Muitos brinquedos piratas são produzidos com matéria-prima tóxica.

Preços

A inflação de presentes e serviços para o Dia das Crianças, no acumulado dos últimos 12 meses, ficou em 2,87%, abaixo da registrada no mesmo período do ano passado (3,97%), segundo dados do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas.

O levantamento apontou que as despesas com presentes devem representar um alívio para pais e mães: os calçados infantis, por exemplo, ficaram 1,50% mais baratos.

Já os preços das roupas variaram 2,37%. Entre os itens que mais subiram foram: livros (4,98%) e artigos esportivos (4,74%).

Computadores e periféricos (0,50%) e aparelhos celulares (1,59%) não aumentaram tanto, mas possuem nível de preço mais elevado.

Que tal planejar um passeio?

O coordenador do Programa Criança e Consumo do Instituto Alana, Pedro Hartung diz que o Dia da Criança transformou-se numa lógica consumista, onde milhares de famílias buscam alternativas para ir às compras. "Melhor que o presente é a presença. Troque o brinquedo pelo brincar", diz Hartung.

Existem várias opções de lazer para a família comemorar com os pequenos. "A gente tem que aproveitar esse momento para ressignificar essa data. Não podemos pensar que um item material possa substituir o afeto", afirma Pedro.

O Instituto Alana, organização da sociedade civil sem fins lucrativos, acredita que a publicidade, em alguns casos, pode ser considerada ilegal. "Eles se aproveitam da vulnerabilidade da criança e da falta de julgamento dela para atrair a atenção em um comercial de TV ou outdoor, por exemplo. Elas não sabem identificar o caráter agressivo e persuasivo dessa publicidade. É muito injusto com as famílias. Em especial, as que enfrentam dificuldades financeiras", argumenta ele.

Sem aperto | Para não gastar muito

  • Pais, tios, avós e padrinhos que pretendem presentear no Dia da Criança devem organizar o orçamento
  • Especialistas ouvidos pelo Agora dão dicas de como comprar o presente sem ter prejuízo ou fazer trocas sem custos

VEJA AS PRINCIPAIS DICAS DE COMPRA:

1 - Entenda o que a criança quer

  • Converse com ela e pergunte se há outras opções de brinquedo mais em conta
  • Se estiver fora do orçamento, abra o jogo: explique as condições financeiras da família

2 - Pesquise preços

  • Antes de comprar o presente, pesquise o produto em lojas físicas e online, pois o valor pode mudar muito de uma loja para outra
  • Se comprar pela internet, fique atento ao preço do frete (se compensa ou não) e veja se o produto vai chegar a tempo
  • A pesquisa sempre rende uma boa economia

3 - Saiba quanto pode gastar

  • Determine o valor que quer gastar para não estourar o seu orçamento
  • Se for pagar em dinheiro, já saia de casa com a quantia correta
  • Se preferir usar o cartão, nada de extrapolar o limite
  • Antes de parcelar, tenha certeza de que as parcelas não vão comprometer as contas do mês

4 - Não deixe para a véspera

  • Os brinquedos ficam mais caros de última hora
  • Também é comum encontrar itens quebrados nas prateleiras

5 - Não leve a criança junto

  • Lugar de criança é longe das compras, pois é comum que mudem de ideia e escolham algo mais caro

6 - Peça desconto

  • Se pagar à vista, o desconto vai ser uma mão na roda
  • Pechinche o quanto puder

ALGUNS PRESENTES EXIGEM GASTOS EXTRAS

Carrinho de controle remoto

O brinquedo vai exigir o uso de pilhas ou baterias

Videogame

Tem que comprar, ao menos, um jogo. Do que adianta ter um videogame se não tem um joguinho. Pense nisso!

Celular

O sonho de muitas crianças. Mas pense que o aparelho não será enfeite. Vai exigir gastos com o pacote de serviços


OPÇÕES DE LAZER
Especialistas em infância indicam presença é o melhor presente, por isso, fazer algo com o filho pode ser uma boa

Passeio no parque ou praia
Dá para fazer um piquenique levando comida de casa
 
Eventos gratuitos
Shows, apresentações teatrais e atividades esportivas nas ruas são diversão garantida

Feira de troca de brinquedos
Que tal reunir os amigos da rua ou do condomínio para trocar brinquedos?
O brinquedo usado pode ser uma novidade para a criança que vai ganhá-lo
 
Clube de leituras
Dedique um tempo para ler ou contar histórias para seu filho

Cozinhar 
A receita pode ser simples, como pipocas, por exemplo


Fontes: Boa Vista, Ibre (Instituto Brasileiro de Economia), da FGV (Fundação Getulio Vargas), e Instituto Alana

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