Feijão e carne são vilões da inflação nos supermercados

Alta dos preços nas prateleiras fechou 2019 em 5,7%, índice acima do esperado

Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:

Oferta Exclusiva

6 meses por R$ 1,90/mês

SOMENTE ESSA SEMANA

ASSINE A FOLHA

Cancele quando quiser

Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.

São Paulo

As carnes e o feijão foram os itens que mais pesaram no bolso do consumidor na hora de ir às compras em 2019. É o que mostra pesquisa da Apas (Associação Paulista de Supermercados), que aponta inflação de 5,7% no ano para o setor.

As carnes bovinas fecharam 2019 com alta de 30,15%, e as suínas, com 31,43%. “O aumento das exportações de proteína bovina à China foi o principal fator que puxou o preço do produto para cima no Brasil”, explica Juliana Inhasz, professora do Insper.

O feijão, alimento que não pode faltar no prato do brasileiro, teve alta ainda maior: 44%. A principal razão foram as condições climáticas, diz a professora.

“A estiagem no interior de São Paulo, associada a fatores como períodos anteriores de safras excedentes, que levaram produtores a reduzir a área plantada, e a troca da produção do grão pela soja puxaram o preço.”

 
Dois itens essenciais do prato feito estão entre os itens que tiveram as maiores altas em 2019: o feijão (44%) e a carne (30,15%) - Julia Chequer/Folhapress

Na contramão, frutas, legumes e verduras foram os itens com as maiores quedas. Lidera o tomate, com 31,44% de redução. Na sequência, estão a cenoura (-24,56%), a cebola (-23,23%) e a beterraba (- 17,32%).

“No caso do tomate, que foi o campeão da lista, a variação negativa dos preços se deve a épocas muito prolongadas de calor, principalmente nos últimos meses do ano. Como o produto é muito sensível às variações de temperatura e passou a amadurecer mais rápido, produtores e comerciantes tinham de acelerar as vendas, aplicando preços menores”, diz Juliana.

A cesta básica paulistana, medida pelo Procon-SP, também subiu. Passou de R$ 708,61, em 2018, para R$ 784,16, em 2019, um aumento de 10,66%. Dos 28 alimentos pesquisados, 22 (78,57%) tiveram alta.

China e clima pesaram nos preços | Veja variações

Sobe

  • A carne bovina está entre os itens com as maiores altas em 2019, puxada pelo aumento das exportações para a China

  • Segundo o IBGE, a carne fechou o ano com aumento médio de 32,4% para os brasileiros

  • O feijão subiu por causa de problemas climáticos (sobretudo estiagem no interior de SP)

  • Períodos anteriores de safras excedentes e redução da área plantada (troca pela produção de soja) também impactaram preços do grão

Desce

  • Tomate foi o item com mais queda no preço, devido a épocas de calor

  • Com amadurecimento mais rápido, comerciantes tinham de vender rápido e, para isso, aplicavam preços menores

Itens que mais subiram

 
Pernil com osso + 52,15%
Feijão + 44%
Braço bovino +  38,78%
Costela bovina + 37,48%
Fraldinha + 36,28%
Lagarto +  35,99%
Contrafilé +  33%
Alcatra + 32,76%
Chuchu + 31,88%
Acém + 31,33%

Itens que mais diminuíram

Tomate - 31,44%
Cenoura - 24,56%
Cebola - 23,23%
Beterraba - 17,32%
Mandioca - 15,86%
Mamão - 13,60%
Biscoito de leite - 10,48%
Biscoito recheado - 10,12%
Pepino - 9,23%
Chocolate - 8,74%

Cesta básica paulistana

A pesquisa, do Procon-SP, mostra aumento de 10,66% em 2019 em relação a 2018
 

2018 R$ 708,61
2019 R$ 784,16

Notícias relacionadas