Ford e sindicato negociam demissões de trabalhadores em Taubaté
Sindicato dos Metalúrgicos tenta a abertura de um PDV (Programa de Demissão Voluntária) para diminuir o impacto dos cortes
Conteúdo restrito a assinantes e cadastrados
Você atingiu o limite de
5 reportagens
5 reportagens
por mês.
Tenha acesso ilimitado: Assine ou Já é assinante? Faça login
Depois de fechar sua unidade em São Bernardo do Campo (ABC) em 2019, a Ford prevê mais um corte de funcionários neste ano, desta vez em Taubaté (140 km de SP).
Segundo o Sindmetau (Sindicato dos Metalúrgicos de Taubaté e Região), a montadora alega excedente de trabalhadores em sua unidade. Com isso, sindicato e empresa estão em negociação.
A intenção da entidade é conseguir aprovar um PDV (Programa de Demissão Voluntária) para tentar diminuir o impacto dos cortes.
Nota do sindicato diz que os representantes "têm procurado um entendimento entre os trabalhadores e a montadora". Enquanto as discussões ocorrerem, "não haverá demissões", diz o comunicado.
A unidade de Taubaté tem hoje cerca de 1.300 metalúrgicos, informa o Sindmetau. No local, são produzidos motores, transmissões e componentes automotivos. A capacidade anual é para produzir 430 mil motores e 430 mil transmissões, segundo a montadora.
Para os dirigentes do sindicato, a alegação de que há mão de obra excedente se deve "ao desempenho baixo da economia nos últimos anos". A reestruturação mundial da Ford, a queda na exportações e o fechamento da unidade de São Bernardo do Campo também são apontados como motivos.
Em nota, a Ford informou que "segue em processo de negociação com o Sindicato dos Metalúrgicos de Taubaté".
Crise
As negociações para demissões em Taubaté começaram no final de 2018, quando a montadora alegou haver excedente de 350 profissionais. No início de 2019, houve cortes e os trabalhadores fizeram greve. Em seguida, foi aberto um PDV, que não teve a adesão esperada.
Em 2014, auge da crise econômica, a Ford de Taubaté suspendeu os contratos com uma centena de funcionários, em medida chamada de "lay off". Neste tipo de ação, que só pode ser acionada em momentos de crise econômica no setor, os trabalhadores ficam em casa e têm seus salários custeados parte pela empresa, parte pelo governo.