Descrição de chapéu Zona Leste

Zona leste tem maior prevalência ao novo coronavírus em São Paulo

Segundo inquérito sorológico divulgado pela gestão Bruno Covas (PSDB), uma em cada cinco pessoas na região têm anticorpos da doença

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São Paulo

Com 19,4% de casos positivos para a detecção de anticorpos do coronavírus, a zona leste é a região com a maior prevalência da capital. Em setembro do ano passado, quando a última medição foi feita na cidade, esse índice na região era de 11,7%.

O dado é fruto da oitava fase do inquérito sorológico do município, divulgado na quinta-feira (14). A média de prevalência da cidade é de 14,1%.

Movimentação de ambulância no hospital Tide Setúbal, em São Miguel Paulista; unidade tem 60% de ocupação em enfermaria e 69% na UTI - Rivaldo Gomes/Folhapress

A Coordenadoria de Saúde Leste inclui as subprefeituras de Cidade Tiradentes, Ermelino Matarazzo, Guaianases, Itaim Paulista, Itaquera, São Mateus e São Miguel. Outros bairros que da região são incluídos na Coordenadoria Sudeste.

Para Ronaldo Rodrigues de Souza, líder comunitário em Guaianases, o desrespeito da população em relação aos cuidados de prevenção da Covid-19 foi o que causou o aumento. “As pessoas ficam no ponto de ônibus sem máscara, só colocam quando ele vem. Até pra ir no posto de saúde é assim.”

Outro problema é a falta de acesso da população de baixa renda a itens de higiene. Há casas, ele diz, em que moram até nove pessoas, todas contaminadas, e muitas delas não conseguem comprar sabão ou álcool gel para lavar as mãos.

“E também tem o pancadão, que está rolando bastante. O pessoal está levando [a Covid-19] na brincadeira, não está se protegendo, e o poder público não está fiscalizando.”

Os mais de sete pontos percentuais de diferença entre os dois inquéritos deram à zona leste o maior crescimento do período na cidade. Há quatro meses, a região com maior prevalência era a zona sul, com 19,8% —hoje com 16,4%.

Mirian de Freitas Dal Ben, infectologista no Hospital Sírio-Libanês, faz a ressalva de que, com as margens de erro da pesquisa —que variam por região— ainda não é possível falar sobre a tendência de prevalência de uma região específica.

Mas, aparentemente, tem havido um aumento de pessoas que já tiveram Covid-19 na cidade como um todo. Isso é compatível com toda a diminuição do isolamento social e a diminuição das restrições, e por isso já era esperado.”

Hospitais começam a ficar sem vagas para a Covid-19

A taxa de ocupação dos leitos de UTI de Covid-19 da Zona Leste era, nesta sexta-feira (15), de 75%, segundo a SMS (Secretaria Municipal da Saúde). O número é dez pontos maior que o índice médio da capital, 64%. Pelo menos uma unidade, o Hospital Municipal Carmen Prudente, em Cidade Tiradentes, já tem 100% de ocupação de UTI e enfermaria para o tratamento da doença.

Segundo a pasta da saúde, o hospital de Cidade Tiradentes ainda tem leitos vagos, mas reservados para o tratamento de outras doenças. Até que novas vagas surjam, os pacientes podem ser transferidos para outras unidades pelo sistema de regulação da prefeitura.

No Hospital Ignácio Proença Gouveia, na Mooca, a enfermaria está 100% ocupada. A UTI está com 65% de ocupação. Já no Hospital Tide Setúbal, em São Miguel, a ocupação é de 60% na enfermaria e 69% nas UTI. Na rede estadual, a taxa de ocupação na Grande São Paulo é de 69,4% em UTI e 60,9% em enfermaria

Ao todo, de acordo com a SMS, a zona leste conta com 92 leitos de enfermaria e 189 de UTI. Em toda a cidade, são 976 e 737, respectivamente.

Saúde diz que ampliou leitos

A gestão Bruno Covas (PSDB) diz que ampliou os leitos hospitalares devido à pandemia. Segundo a Secretaria Municipal da Saúde, há hoje 92,5% mais leitos de UTI que no início de 2020.

A pasta diz que entregou sete hospitais para tratamento da Covid-19 e que entrega do Hospital Municipal Brigadeiro “nas próximas semanas”, com 106 leitos.

Sobre a fiscalização, a secretaria afirma que a vigilância sanitária tem orientado a população sobre o uso da máscara.

A Polícia Militar afirma que presta apoio a órgãos municipais para coibir a aglomeração de pessoas. Sobre pancadões, a PM diz que prendeu 1.160 suspeitos e apreendeu 534 veículos irregulares em 2020.

Dados do inquérito sorológico feito pela Prefeitura de São Paulo - Arte Agora

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