Conselho de Saúde recomenda ampliar frota de transportes em SP para conter Covid

Colegiado, que é presidido pelo secretário estadual da Saúde, também pede que custos não sejam repassados para tarifa

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São Paulo

O CES (Conselho Estadual de Saúde) emitiu uma recomendação ao governo estadual para que ele amplie a frota e horários de circulação dos transportes públicos para reduzir a lotação do sistema e garantir o distanciamento social. Segundo a Secretaria de Transportes Metropolitanos, isso só será possível após a vacinação de todos os funcionários.

Pelo cronograma divulgado até agora pelo governo estadual, funcionários do Metrô e da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) começam a a ser vacinados contra a Covid no dia 11 de maio. Já motoristas e cobradores de ônibus urbanos recebem a imunização no dia 18.

Até mesmo a linha 2-verde do metrô, que dá acesso a hospitais, ficou mais demorada em 2020 - Rivaldo Gomes/15.abr.2021/Folhapress

Desde o início da pandemia, as linhas de metrô, trens e ônibus intermunicipais tiveram redução na oferta. Isso ocorreu, entre outros motivos, pela queda expressiva na demanda.

Com a redução, até mesmo a linha 2-verde do metrô, que dá acesso a hospitais, teve aumento na espera em 2020. Dados do próprio Metrô mostram de que o usuário teve de esperar até 4 minutos e 34 segundos na plataforma à espera de um trem no ano passado, seja; 1 minuto e 20 acima do tempo que aguardavam em 2019 (41% a mais).

A linha 2-verde também sofreu corte na quantidade de viagens disponíveis em 24,7%, passando de 833 partidas em 2019 para 627 no ano passado.

A recomendação do conselho foi publicada na edição desta quinta-feira (29) do Diário Oficial do Estado. No documento, o órgão afirma que o transporte coletivo é responsável por 50% das viagens motorizadas e fornece um serviço essencial para manter as cidades em movimento.

O comunicado diz ainda que cabe ao poder público tomar providências para evitar a propagação do novo coronavírus, mantendo a operação adequada do serviço durante a crise e garantir a viabilidade financeira das empresas. “A saúde da população vem em primeiro lugar”, afirma trecho do documento.

A recomendação enfatiza que os custos das operações de transportes públicos não devem ser transferidos para a tarifa. “Uma vez que são os segmentos mais vulneráveis da população os maiores dependentes do serviço de transporte público”, diz o documento.

O conselho integra a Secretaria Estadual da Saúde. Ele é composto por cerca de 60 pessoas, entre titulares e suplentes, e reúne representantes do governo João Doria (PSDB), prestadores de serviço, profissionais de saúde e usuários. Ele tem a função de criar estratégias e políticas de saúde. Quem preside o órgão é o secretário estadual da Saúde, Jean Gorinchteyn.

Resposta

Em nota, a Secretaria dos Transportes Metropolitanos, da gestão João Doria (PSDB), diz que está com "Operação Monitorada" desde o início da pandemia. Ela consiste em fazer avaliações de cada faixa de horário, adequando a oferta à demanda.

“Lembrando que o sistema de trilhos foi projetado e construído para transportar alto fluxo de pessoas da origem ao destino, aglomerado de pessoas em grandes escalas”, diz trecho da nota.

Ainda segundo a secretaria, em março de 2020, no início da pandemia, a demanda caiu 80% em um dia normal entre as três empresas sob sua responsabilidade –Metrô, CPTM e EMTU (Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos).

A pasta afirma ainda que a demanda é atendida com 100% da frota disponível, e que só poderá manter a totalidade da operação após a vacinação de todos os seus funcionários.

“Por isso, aguardamos as vacinas disponíveis para termos todos os nossos trabalhadores na operação e a frota integral”, diz o texto.

A nota ainda afirma que a secretaria defende a implementação do escalonamento obrigatório de entrada e saída de trabalhadores em atividades essenciais de modo a desafogar o sistema. O Plano São Paulo de enfrentamento à Covid-19 faz apenas a recomendação para o escalonamento dependendo da área.

“Assim como o estado determina o fechamento de atividades não essenciais, pode determinar o escalonamento das atividades essenciais”, diz o texto.

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